VÔOS CRUZADOS EM SONETO ALEXANDRINO
VÔOS CRUZADOS EM VERSO ALEXANDRINO
*
Voar, voar, voar, ainda que por dentro,
ainda que sem tento, ainda que a lembrar
as ondas do meu mar nos braços do meu vento
e os rasgos de talento a que eu puder chegar
*
E decompõe-se o ar do qual eu me sustento
em espasmos de ouro lento e raios de luar
que ficam a pairar num pasmo sonolento,
sonhador, mas atento a tudo o que encontrar
*
Bastava-lhe sorrir. Nada porém bastou
quando o olhar focou no que estava por vir,
mas sem o omitir, nunca o justificou.
*
Nesse dia acordou para não mais dormir
apesar de sentir o quanto lhe pesou
tudo o que ultrapassou pra não escolher fugir.
*
Maria João Brito de Sousa – 23.11.2018 – 05.35h