VISLUMBRES DE UMA DISTOPIA - Reedição
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Tela de Hieronymus Bosch
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VISLUMBRES DE UMA DISTOPIA
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Silenciosos nos seus corpos de aço,
Dormindo estranhos sonos vigilantes
E usufruindo, ou não, de um espanto escasso,
Estão os que já não são o que eram dantes
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Guardam os torreões do novo Paço
E, escolhidos a dedo, são gigantes
Que correm dez mil milhas sem cansaço
E abatem de um só sopro astros errantes
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As montanhas, rolando sobre esferas,
Desviam-se dos rios e das ribeiras
Que agora desaguam nas crateras
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Cavadas pelas balas não certeiras:
Não há dias nem noites, só há esperas,
Frágeis conspirações, pulsões grosseiras...
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Mª João Brito de Sousa
28.03.2022 - 14.00h
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