VERDADE(S) III
VERDADE(S)III
EM (genuíno) SONETO ALEXANDRINO
(a da genuinidade)
*
Tudo pondo em questão, duvido sem parar
Da placidez lunar até à suspeição
Com que encaro a fissão de teor nuclear,
Não vá ela levar o mundo à perdição...
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Sou fiel como um cão, mas sou gato a sondar
Tudo quanto encontrar espalhado pelo chão;
Ignoro a frustração e afasto-a se chegar
A mim sem me enlevar, nem me pedir perdão.
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Duvido por sistema e não deixo de crer
Num versito qualquer que aspire a ser poema
Seja qual for o tema a que se propuser,
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Portanto, mal puder, desfaço o tal dilema
E não há voz suprema ou espada de aluguer
Que me force a ceder se o verso em mim já rema.
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Maria João Brito de Sousa - 29.04.2020 - 13.00h