28
Abr20
VERDADE(S)
Maria João Brito de Sousa
VERDADE(S)
(a da evolução)
*
Na verdade guardada a sete-chaves
No cofre de uns arcanos poderosos,
Não creio, não, que anseio como as aves
Por simples vôos livres, silenciosos.
*
Na verdade que embarca em grandes naves
Movida por segredos tenebrosos,
Também não creio, não, que ponho entraves
A testemunhos pouco rigorosos.
*
Não creio, não, numa única verdade
Mas creio em cada espanto que a vontade
Desperta em cada homem quando, atento,
*
Se permite aceitá-la inda inconclusa,
E, assim, creio na fome que, profusa,
Do próprio fruto retira alimento.
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Maria João Brito de Sousa - 27.04.2020 - 15.58h