VENDAS
Imagem retirada daqui
VENDAS
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Vendaram-me estes olhos que desvendam,
(que desvendavam quando desvendados)
Caminhos dia a dia vislumbrados
A que os olhos vendados se me prendam.
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Ainda que os meus olhos pouco entendam,
Ir-mo-ão desvendando os passos dados
Pois todos os caminhos são lavrados
Pelos arados que se lhes não rendam.
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Abrem os passos ruas que se fecham
Atrás dos mesmos passos que as abriram;
São caminhos que rasto nunca deixam,
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Ruas que apenas nossos pés serviram
Ainda que esses pés pouco se mexam
E ainda que esses passos muito os firam.
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Maria João Brito de Sousa – 2020/2021(?)
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NOTA - Encontrei este soneto de rima toante nos ficheiros, sem data. Não posso estar segura de nunca o ter publicado, mas penso nunca o ter chegado a fazer.