12
Dez15
UM SONETO PARA FLORBELA
Maria João Brito de Sousa
A ti que mais não podes pois te pesa
Um não sei quê, que nunca me pesou
E, quão mais livre, mais te sentes presa
A tudo quanto, a mim, me libertou,
Mas que, da poesia, és chama acesa
Que em tantos anos nunca se apagou,
A ti, mão criadora da beleza
Que em teus sonetos se manifestou,
Que consegues chorar como quem reza
Pois vais rezando como quem chorou
Cada palavra que é servida à mesa
Do verso heróico que te consagrou;
Quem, de pura amargura e de incerteza,
Te fez morrer... mas nunca te matou?
Maria João Brito de Sousa - 12.12.2015 -12.33h
IMAGEM - Fotografia de Florbela Espanca retirada do Google