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Abr24
UM SONETO À RESISTÊNCIA - Reedição
Maria João Brito de Sousa
UM SONETO À RESISTÊNCIA
*
Neste meu lugre-escuna – ou é jangada? -
Vou resistindo enquanto vou podendo
E devo-vos dizer que me não vendo
Porque por preço algum serei comprada
*
Nem esta embarcação será tomada
Porque sou frágil mas nunca me rendo
E o verso é sempre a amarra a que me prendo
Enquanto dela sobre um quase nada...
*
Venho falar-vos desta força imensa,
Que tremeluz e tanto mais se adensa
Quanto mais vai teimando em resistir,
*
Que me flui no sentir, mas que se pensa,
Que mesmo naufragada, exausta, tensa,
Emerge e nada em vez de desistir.
*
Maria João Brito de Sousa
09.04.2015 – 14.11h
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