UM PAPEL NO PALCO DA VIDA
UM PAPEL NO PALCO DA VIDA
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"E voltam os meus medos de menino"
Num barco de papel lançado ao rio
Num dia enevoado agreste e frio
P`la vontade insondável do destino...
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Ao longe, o repicar um velho sino
Invade a rua, embala o casario
E a toada acalma o arrepio
De um eu tão vulnerável quão franzino.
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Brinca contigo o Tempo, em certos dias;
Todo o cenário muda e, num repente,
Vês-te no palco, nu, de mão vazias
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E tu, que eras tão lúcido e valente,
Porque impotente em nada contrarias
Um fim que é sempre igual pra toda a gente.
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Maria João Brito de Sousa - 22.02.2021 - 13.17h
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Soneto inspirado no soneto DIA DO SOL (Sunday) do poeta Carlos Fragata.