23
Out21
UM GALOPE ACIDENTADO
Maria João Brito de Sousa
Imagem surripiada daqui
UM GALOPE ACIDENTADO
*
A Musa assoma e eu caio do cavalo
Que sem freio galopa até ao fim
Do fôlego que tem. Aqui me calo
Ainda que o cavalo habite em mim...
*
Não cortámos a meta? Não me ralo!
Este meu cravo rubro de carmim
Há-de amparar-me até ao intervalo
Que deve conceder-se a queda assim.
*
A Musa que entretanto prosseguiu
No dorso do cavalo, que não viu,
Nem deu conta da queda aparatosa,
*
Ao sentir um ligeiro estremeção,
Mais quis que galopasse o alazão
E eu perdi-lhes o rasto. O resto é prosa.
*
Maria João Brito de Sousa - 19.10.2021 - 14.20h