UM FADO À MINHA PORTA
UM FADO À MINHA PORTA
Quando um fado vier bater-me à porta
Não lhe peço respostas prá razão
Que faz da voz magoada em que se exorta
Mais do que simplesmente uma canção.
Se a sua silhueta se recorta
Na escada onde se apoia ao corrimão
E vislumbro a guitarra que transporta,
Abro-lhe a porta, não lha fecho, não.
Talvez, por uma tarde, conversemos
De coisas que ninguém tem de saber,
Talvez me contagie e então cantemos
Aquilo que em poema acontecer,
Ou talvez simplesmente ambos sonhemos
Até Morfeu chegar pra nos render.
Maria João Brito de Sousa – 06.04.2018 – 11.10h
NOTA – Na sequência do soneto “Há Algo no Fado”, da autoria de MEA.