UM CANTINHO PARA OS AMIGOS VERDADEIROS
Cantos não te of`reço que os trago ocupados;
Por todos os lados está já transbordando
Esse órgão sem mando que mos traz guardados,
Mesmo empoeirados, velhos, caducando,
Mas vai-me sobrando lugar noutro lado;
Num tempo passado que fui resgatando
Pensando num quando jamais exp`rimentado,
Um espaço asseado, limpinho, brilhando.
Será um cantinho, mas sobra-lhe espaço,
Abriga um abraço, abriga um carinho,
Serve-te de ninho, mata-te o cansaço...
Of`reço e se o faço, não ficas sozinho;
Há estantes de pinho, de papéis, um maço,
E o resto - tão escasso... - são lençóis de linho.
Maria João Brito de Sousa – 24.01.2018 – 12.24h
NOTA - Soneto escrito a propósito do poema "Soneto Datílico", de Albertino Galvão.