UM AMOR COMO O MEU - Reedição
Eu fotografada por meu pai
na casa do Dafundo
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UM AMOR COMO O MEU
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Amor passou por mim. Vinha apressado
E cedo, muito cedo, me abordou,
Mas deu, ao abordar-me, um passo ao lado,
Ou fui eu quem sem qu`rer o assustou...
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Retorna, Amor, insiste e é selado
Entre nós dois um pacto que assinou
Primeiro, Amor, depois, de braço dado,
A tonta que de Amor se embriagou...
*
Se mais tarde morreu, Amor, cansado,
Se foi eterno, Amor, enquanto amou,
Dir-vo-lo-á um vate consagrado*
*
Que se perdeu assim que o encontrou...
Pode, contudo, estar o vate errado
Já que a Amor como o meu nunca o provou!
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Maria João de Sousa
29.06.2018 – 11.38h
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* Referência a Luís Vaz de Camões