TU!
TU!
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Tu dizes me amas, me cercas e chamas
De amor entre as damas... mas gritas, reclamas
Censuras me tramas e troças de mim
Mostrando-me, assim, que és falsa e ruim!
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Se eu digo que sim… tu um não logo exclamas
Gesticulas, bramas e, rindo, te ufanas…
Com frases levianas te comportas, enfim,
Qual mosca em quindim, gelatina ou pudim…
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Que come e no fim suas asas batendo
Se vai debatendo, zumbindo, lambendo
E acaba morrendo por ser negligente…
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E tu, realmente, mundana e vulgar
Terás de mudar ou te irás atascar…
Na merda acabar… como mosca indecente!
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Abgalvão
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EU?
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"Na merda acabar... como mosca indecente"?
Jamais! Eu sou gente, não mosca vulgar
Que em qualquer lugar "aterra" e, carente,
Se dá por contente com tudo o que achar
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Que eu, pra namorar, sou muito exigente,
Só de um pretendente gostei pra casar:
Tu vens-me insultar e eu faço-te frente
C`o murro potente que, sim, te vou dar!
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Não me há-de faltar um quindim bem gostoso
Num café jeitoso, bem perto daqui,
Mas longe de ti, que és um bom mentiroso!
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Não ligues, que é gozo! É que não resisti
E muito me ri c`o soneto jocoso,
Mas nada maldoso, que achei por aqui!
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Mª João Brito de Sousa
30.05.2023
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Peço desculpa pela reedição, mas só hoje obtive confirmação da autorização do poeta Albertino Galvão
Se vos não puder visitar a todos, é porque, na sequência da cirurgia dentária de ontem, ainda estou muito indisposta e cheia de flictenas (bolhas) entre a gengiva e a base da língua.
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