TOMAR GATO POR LEBRE ou LOBRIGAR RISCOS ONDE BRILHAM ESTRELAS
TOMAR GATO POR LEBRE
ou
LOBRIGAR RISCOS ONDE BRILHAM ESTRELAS
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Mal vejo porque os olhos baços, baços,
Mais baços do que os vidros das janelas,
Não deixam vislumbrar mais do que uns traços
Das coisas mais comuns e mais singelas.
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Abrem-se-me horizontes, surgem espaços
Nos quais vislumbro absurdas caravelas
Cruzando um céu cortado em mil pedaços
Por estranhas setas que afinal são estrelas...
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Ainda exijo aos olhos que não parem
De ver loucuras, se a tal me obrigarem!
Ainda não entrei em desespero!
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Antes ver pouco e mal do que não ver
Sequer aquilo que algo parecer,
Desde qu`inda discirna esse exagero...
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Maria João Brito de Sousa – 07.04.2020 – 17.11h