TEMPO HUMANIZADO
TEMPO HUMANIZADO
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Dois velhos, tão velhos que o Tempo os media
Por noite e por dia, pedindo conselhos
Que espelhos e espelhos, tão só espelhos via
Se os surpreendia, doridos de artelhos,
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Cobrindo os joelhos na tarde mais fria,
Que o frio que sentia era o frio desses velhos
E os mesmos joelhos cansados trazia
O Tempo que ouvia, dos homens, conselhos.
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Ah, Tempo irmanado com quem te resiste,
Ser velho é tão triste... ou estarás errado
Ao ver-te espelhado em quem nunca viste?
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Aquilo que existe de certo e provado
No texto inventado em que a Musa me assiste,
É que me sorriste, Tempo humanizado.
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Maria João Brito de Sousa – 24.01.2019 – 07.00h
Imagem retirada daqui