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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
21
Abr24

DIALOGANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO XXVI

Maria João Brito de Sousa

water pint (1).jpg

Imagem Pinterest

*

DIALOGANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO XXVI
*

 

DOCES E CLARAS ÁGUAS DO MONDEGO

*


Doces e claras águas do Mondego,

Doce repouso de minha lembrança,

Onde a comprida e perfida esperança

Longo tempo apos si me trouxe cego,
*


De vós me aparto, si; porém não nego

Que inda a longa memoria, que me alcança,

Me não deixa de vós fazer mudança,

Mas quanto mais me alongo, mais me achego
*


Bem poderá a Fortuna este instrumento

Da alma levar por terra nova e estranha,

Offerecido ao mar remoto, ao vento.
*


Mas a alma, que de cá vos acompanha,

Nas azas do ligeiro pensamento

Para vós, águas, vôa, e em vós se banha.
*


Luís de Camões

***


Também pra mim, Senhor, esse Mondego

Tem tantas graças, tão doces mistérios

Que o ouço a marulhar nos céus etéreos

Nos quais passeio o meu desassossego
*


Ó rio que és de meu pai, nada te nego

E, se os tivesse, dar-te-ia impérios

Dos que, feitos de amor, são deletérios

Pra todo o que ao amor se mostre cego...
*


Ponho-te ao lado do meu Tejo manso

E se recordo, agreste, o velho Douro,

Três sois, se está correcto o meu balanço:
*


Tu, meu Tejo moreno, és o meu mouro,

Tu, Douro, a minha garra e o seu remanso

E tu, Mondego, o meu gentil calouro.
*

 

Mª João Brito de Sousa

20.04.2024 - 10.00h
***

Memorando o poeta António de Sousa, por Vitorino Nemésio apodado de "poeta dos três rios" por ter nascido no Porto, estudado e casado em Coimbra onde o meu pai nasceu, e vivido os seus últimos anos junto ao Tejo, no Concelho de Oeiras.

*

O soneto de Camões foi transcrito do blog Sociedade Perfeita

 

27
Nov16

GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXVI

Maria João Brito de Sousa

INVERNO.jpg

 

A CHEGADA DO INVERNO



Ele fez-se anunciar. E veio rude
Das nuvens caiu choro de tristeza
E as lágrimas da chuva em altitude
Foram pérolas brancas de beleza

 

Pelas serras cobrindo a negritude
Imposta pelo fogo à natureza
Há cândidos lençóis em plenitude
Simbolizando manto de pureza

 

Arvoredos já nus gemem lamentos
Quando os sopros gentios desses ventos
Lhes arrancam os troncos ressequidos

 

Enquanto lá por fora ainda neva
Nas lareiras há chama que se eleva
Deixando assim os lares aquecidos



MEA
25/11/2016



SOBREVIVENDO...





"Ele fez-se anunciar. E veio rude"

Nas vergastadas de Éolo, em protesto

Contra quem lhe resiste e desilude

A prepotência do tirano gesto.



"Pelas serras, cobrindo a negritude",

Sobra um resto de verde. Ainda um resto,

Como se nos bastasse essa atitude

De um verde resistente, firme, honesto.



"Arvoredo já nus gemem lamentos"

Sobre os terrenos pardos, lamacentos,

E sobre os tiritantes caminheiros;



"Enquanto lá por fora ainda neva",

Cá por dentro, rebelde, enfrento a treva

Nas glosas e na cinza dos cinzeiros...





Maria João Brito de Sousa - 26.11.2016 - 11.55h

 

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