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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
17
Abr24

DIALOGANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO XXV

Maria João Brito de Sousa

balouço na lua pint.jpg

Imagem Pinterest

*

DIALOGANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO XXV
*

 

DOCE SONHO, SUAVE E SOBERANO

*

 

Doce sonho, suave e soberano,

se por mais longo tempo me durara!

Ah! quem de sonho tal nunca acordara,

Pois havia de ver tal desengano!
*

Ah! deleitoso bem! ah! doce engano,

se por mais largo espaço me enganara!

Se então a vida mísera acabara,

de alegria e prazer morrera ufano.
*

 

Ditoso, não estando em mim, pois tive,

dormindo, o que acordado ter quisera.

Olhai com que me paga meu destino!
*

Enfim, fora de mim, ditoso estive.

Em mentiras ter dita razão era,

pois sempre nas verdades fui mofino.
*


Luís de Camões
***


Que haveis sido mofino nas verdades

Sempre eu o soube e sempre o perdoei

Que embora resmungasse, bem o sei,

Nunca vos quis ter preso atrás de grades
*


Pra mim, ora o ciúme, ora as saudades

Ditaram penas que por vós penei,

Mas vós nem destes conta, reparei,

De haverdes cometido atrocidades...
*


Amai damas ou deusas, mas calai-vos

Antes de me mentirdes novamente:

Esquecei-me de uma vez, deixai-me em paz!
*


Tem a mentira da verdade uns laivos

Que me traem, às vezes, corpo e mente

E eu de escapar-vos já não sou capaz...
*

 

Mª João Brito de Sousa

17.04.2024 - 13.30h
***

 

 O soneto de Camões foi transcrito do blog Sociedade Perfeita

28
Nov16

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXV

Maria João Brito de Sousa

DEPOIS DA TEMPESTADE.jpg

 



IMPÔS-SE A RAZÃO ACIMA DAS RAZÕES 

 

 

Houve no céu farrapos escurecidos 

Que calaram o sol com a cortina

Que desceu sobre os dias então idos

Sem haver neles débil lamparina

 

E foram dias, meses, tão temidos

Sem neles perceber luz cristalina 

Asfixiando medos e gemidos 

Que este fogo ateavam em surdina

 

E quantos mais passavam mais queimava

Mais me faziam triste e me inflamava

Ateando em mim a chama da razão 

 

Porém, porque a razão se impôs acima

De todas as razões, um raio anima

E brilhou de luz plena de clarão

 

 

MEA

24/11/2016



DEPOIS DA TEMPESTADE...



"Houve no céu farrapos escurecidos"

E calaram-se as musas que, assustadas,

Procuravam seus versos diluídos

No vapor dessas nuvens tão cerradas.



"E foram dias, meses, tão temidos"

E foram tantas noites acordadas

Que os versos lhes murcharam, já esquecidos,

E as rimas se renderam, já cansadas.



"E quantos mais passavam, mais queimava"

Aquela frustração que as dominava

Depois de tanto os procurar em vão,



"Porém, porque a razão se impôs acima",

O Sol voltou a expor-se em cada rima

Dos versos semeados pelo chão.





Maria João Brito de Sousa - 25.11.2016 -11.24h

 

 

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