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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
24
Mar24

DIALOGANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO XXII

Maria João Brito de Sousa

terra longinqua pinterest (1).jpg

Imagem Pinterest

*

DIALOGANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO XXII
*

 

CANTANDO ESTAVA UM DIA BEM SEGURO

*

 

Cantando estava um dia bem seguro,

Quando passava Silvio, e me dizia:

(Silvio, pastor antiguo que sabia

Por o canto das aves o futuro)
*


"Méries, quando quizer o Fado escuro,

A oprimir-te virão em um só dia

Dois lobos; logo a voz e a melodia

Te fugirão, e o som suave e puro."
*


Bem foi assi; porque hum me degolou

Quanto gado vacum pastava e tinha,

De que grandes soldadas esperava.
*

E, por mais dano, o outro me matou

A cordeira gentil, que eu tanto amava,

Perpétua saudade da alma minha!
*

Luíz de Camões
***


Se dura foi de Sílvio a profecia,

Imaginai quão mais dura será

A isenta narrativa de quem está

Hoje a quinhentos anos desse dia...
*


Plo nome que escolheis vos chamaria

E assim vos chamarei se tal vos dá

Prazer... Ah, que prazer inda haverá

Pra quem, morto, não chore nem se ria?
*


Sílvio não sou. Tampouco sou profeta,

Mas sei que na miséria haveis morrido,

De pouco vos valeu serdes poeta
*


Que, enquanto vivo, tudo haveis perdido!

Haveis cantado a Pátria como um esteta

Mas só depois de morto fostes lido.
*


Mª João Brito de Sousa

24.03.2024 - 14.00h

***

 

O soneto de Camões foi transcrito do blog Sociedade Perfeita

23
Nov16

GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXII

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0025.jpg

FUI BARCO AMARRADO NO CAIS


O dia despertou pardo e cinzento
E, caindo em cascata dos beirais
Inundando o recinto de cimento
Desabam grossos rios verticais

 

Trouxe por companheiro tanto vento!
E eu, fui barco amarrado no meu cais.
Presa, só passeei em pensamento
Ao visitar caminhos e locais

 

Percorri-os, supondo aquela calma
Sabendo não haver neles vivalma
Que me fala infeliz ou ansiosa

 

Sem que do sol tivesse algum aviso
Nem sequer pequeníssimo sorriso
A noite anunciou-se nebulosa

 

MEA
21/11/2016,

 

 

ESTE ÚLTIMO CIGARRO

 

"O dia despertou pardo e cinzento";
Cenário de um grotesco furacão
Que uivasse o seu fantástico lamento
A tão (in)desculpável solidão.

 

"Trouxe por companheiro tanto vento!"
Vergou troncos, mudou a direcção
Da louca dança e, sendo um trapalhão,
Ufanou-se de ter graça e talento...

 

"Percorri-os, supondo aquela calma",
Aos mais fundos abismos da minh`alma
E por lá estacionei meu velho carro.

 

"Sem que do Sol tivesse algum aviso",
Triste me quedo - não perdendo o siso... -,
Assim que acabe este último cigarro.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 21.11.2016 - 18.49h

 

 

Rabisco/pincelado de minha autoria - 1999

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