07
Out10
A VULNERÁVEL
Maria João Brito de Sousa
Foi por rumos negados que abraçou
As sobras do que a Vida lhe negava
E quando descobriu que se enganou
Foi só por não saber do que gostava
Mas escolheu contudo e, se o negou,
Decerto terá sido por ser escrava
Do medo que esse rumo lhe apontou
Nos sonhos de luar que então sonhava...
Perdeu-se muito cedo e nunca soube
Que pedaço de mundo ali lhe coube,
Que absurda decepção em si crescera
Morreu muito mais cedo que o expectável
E, quando recordada, é vulnerável
À expressão mais banal, menos sincera...
Maria João Brito de Sousa - 07.10.2010 - 14.34h
Imagem - A Cigana das Sinas - Stuart Carvalhais