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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
19
Fev24

CONVERSANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO VI

Maria João Brito de Sousa

camões VI final.jpg

Imagem Pinterest

*

CONVERSANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO - VI
*

 

PORQUE QUEREIS,SENHORA, QUE OFEREÇA

*


Porque quereis, Senhora, que ofereça

A vida a tanto mal como padeço?

Se vos nasce do pouco que mereço,

Bem por nascer está quem vos mereça.
*


Entendei que, enfim, por muito que vos peça,

Poderei merecer quanto vos peço;

Pois não consente Amor que em baixo preço

Tão alto pensamento se conheça.
*


Assim que a paga igual de minhas dores,

Com nada se restaura, mas deveis ma,

Por ser capaz de tantos desfavores.
*


E se o valor de vossos amadores

Houver de ser igual convosco mesma,

Vós só convosco mesma andais de amores.

*

Luiz de Camões
***

I
*

Que só comigo mesma ando de amores?

Haveis enlouquecido, Luiz Vaz?

Eu vos direi o quanto não me apraz

De vós ouvir pior do que aos piores
*


Mas já que vos ouvi tais despudores,

Ouvi-me a mim que vos não fico atrás

E até ao despudor sou bem capaz

De desmontar sem honras nem louvores...
*


A todas cortejais de igual maneira

E a todas mentis todos os dias

Porque a cada dizeis ser a primeira
*


E a única também. Ah, felonias

Que a tantas ferem co`a lança certeira

Das vossas mentirosas cortesias!
*

II
*

E que compensação posso dever-vos

Se nunca seta alguma vos lancei

E, à vossa, bem depressa a rejeitei

Porquanto me fazia mal aos nervos?
*


Vedes-me porventura entre mil servos

Gabando-me de quantos conquistei?

Ama não sou e serva não serei

Que antes corça seria entre os mais cervos!
*


Ah, sim, amei em tempos, loucamente,

Que tudo tem seu tempo e a Primavera

Da vida que nos cabe e que se sente
*


Terminou antes que eu me precavera

Mas deixou-me no peito uma semente

Que num dia abre em flor e noutro em fera.
*

 

Mª João Brito de Sousa

No Décimo Nono Dia do Ano da Graça de MMXXIV
***

 

O soneto de Camões foi retirado daqui

 

16
Dez16

CONVERSANDO COM MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE VI

Maria João Brito de Sousa

Tenho frio.jpg

 

RECEBO-TE MANHÃ

 

Recebo-te manhã que nasces prenha

De futuro, de amor,de paz, de vida

Que entras sem precisares duma senha

E no meu dia fazes-te nascida

 

Recebo-te manhã mesmo que venha

Contigo não apenas luz cupida

Mas triste descrição numa resenha

Dum dia que parece de saída

 

Recebo-te manhã todos os dias

Vislumbro de ti tantas melodias

que se escondem na paz do teu nascer

 

Recebo-te manhã, cada manhã

Como se não houvesse outra, amanhã

Aonde eu me pudesse renascer

 

MEA
15/12/2016



RETRATO HIPER-REALISTA DE UMA MANHÃ GELADA DE DEZEMBRO



(Contraponto)



Recebo-te encolhida, a tiritar,

Manhã deste Dezembro em que envelheço

Um ano por minuto... e, sem chorar,

Enfrento-te, manhã que desconheço



Se vieste tão só pr`a me enfrentar,

Ou porque, em te acolhendo, eu não te impeço...

Cada renovo teu, mais vem gelar

Este quarto em que durmo e nunca aqueço



E por ser bem real o que aqui digo,

Que mais posso dizer? Não te mendigo

A caridade de um calor de estio,



Pois bem sabes, manhã; estarei contigo,

Eu que, apesar das queixas, tenho abrigo...

Mas a verdade é dura e... tenho frio!





Maria João Brito de Sousa - 16.12.2016 - 17.36h







 

 

05
Out16

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE VI

Maria João Brito de Sousa

06_Bugio_Santo-Amaro_JM.jpg

 



DE VENTO.....A BRISA

 

Fui vento, nesse dia do passado

E para te alcançar soprei um beijo

Em aroma de lima. Perfumado

Com a verde esperança do desejo

 

E esse vento que fui , te fez legado

E em sopros fez de ti, águas do Tejo

Que correram pra mim , por todo o lado

Dos meus campos de amor, fizeram brejo

 

Fui vento de frescura no Verão 

No teu mar bebi, águas de paixão 

E amanheci submersa de certezas

 

No Outono que já sou, sou subtil brisa

Que entardece serena, sem divisa

Em douradas espigas de incertezas

 

 

Maria da Encarnaçao Alexandre

 

 

13/09/2016

 

 

 

NEM SEMPRE BRISA, NEM SEMPRE TEMPORAL...

 



"Fui vento, nesse dia do passado"

Em que esqueci pretérito e futuros,

Ficando, o fruto em mim, condicionado

Ao espaço conquistado entre os teus muros



"E esse vento que fui, te fez legado"

De um beijo que recordo entre os mais puros

De quanto beijo tenha sido dado

Entre dois jovens frágeis, inseguros...



"Fui vento de frescura no Verão",

Mas... fazendo cedência à tentação,

Transmutei-me, exaltada, em ventania...



"No Outono que já sou, sou subtil brisa"

Que a si mesma se doma e se ajuíza

Segundo as leis da Vida e da Harmonia..



Maria João Brito de Sousa - 15.09.2016 - 15.09h

 

 

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