SONETO A UM VERSO "EM BRUTO"
SONETO A UM VERSO "EM BRUTO"
Gosto-te, ó verso brusco, asselvajado,
Na força em que, apressado, mal respiras
E fumegas no cano, enquanto as miras
Nem foram necessárias. Disparado,
Saído num rompante, alvoroçado,
Sem que pedisses contas, nem às liras
Que quase sempre escutas quando admiras
Requintes de outro irmão mais demorado...
Que esta "embalagem" não te fica bem?
Quem to ousa dizer? Afinal, quem
Te poderia impor tempos dif`rentes?
E sorrindo, apesar de não ter dentes,
Sei que engendrar-te, não me tornou mãe,
Mas em quem te entendeu como ninguém...
Maria João Brito de Sousa - 31.01.2017 - 11.05h
NOTA - Por favor, não se assustem com a imagem que é meramente ilustrativa da metáfora do disparo...