NÃO TE JURO, PAI
Leia ou releia aqui, por favor
Na fotografia, António Pedro Brito de Sousa, meu pai, no seu escritório da casa da rua Luís de Camões em Algés.
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Na fotografia, António Pedro Brito de Sousa, meu pai, no seu escritório da casa da rua Luís de Camões em Algés.
ANTES QUE O SOL NASÇA
*
Antes que o sol nasça,
lembrar-te-ei que as noites
justificam o retorno dos dias
e que as borboletas, como as palavras,
rastejam, estéreis, antes de voar
*
Lembrar-te-ei,
ainda que eu própria o tenha esquecido,
que todos os horizontes germinam
na lonjura exacta do alcance do teu olhar
apesar dos teus olhos o imaginarem
na fronteira do sonho (in)comum
*
Lembrar-te-ei,
ainda que a lua possa desmentir-me,
que as manhãs te irão sobreviver
e que as montanhas nunca se vergaram
a uma vontade isolada
porque só as mãos juntas apontam os caminhos
que vale a pena desbravar
nas longínquas escarpas do monte improvável
e nada do que eu te lembrar fará sentido
a menos que o descubras antes que o sol nasça
*
Maria João Brito de Sousa – 18.10.2012 – 16.13h
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