Maria João Brito de Sousa
QUEBRANDO O ESPELHO *
Quebro a cara e fico em pé,
Quebro o espelho e jogo fora!
Fui eu quem quebrou, até,
A caixinha de Pandora... *
Quebro a cara nesta dança...
Que me importa? A dança é minha!
Quebro a cara, colo a cara,
Faço e desfaço uma trança
No tempo que me separa
Dos passos que dei sozinha! *
Colo o espelho que quebrei...
Colo, mas volto a quebrar!
Quantas vezes me não dei,
Quantas quis antes não dar? *
Quebro a cara e fico em pé,
Quebro o espelho e jogo fora!
Fui eu quem quebrou, até,
A caixinha de Pandora! *
Quebro o espelho, arraso o palco,
Colo a cara e quebro o espelho,
Colo o espelho e quebro a cara...
Quanto tempo me separa
Do tempo mais do que velho
Dos vestidos de tobralco? *
Colo o espelho que quebrei
Só pró voltar a quebrar...
Quantas vezes me não dei,
Quantas quis antes não dar? *
Quebro a cara e fico em pé,
Quebro o espelho e jogo fora!
Fui eu quem quebrou, até,
A caixinha de Pandora... *
Maria João Brito de Sousa
18.11.2015 -14.13h ***
"Joie de Vivre"- Pablo Picasso
Imagem retirada da internet
NOTA - Hoje toda a gente vai "quebrar o espelho" no http://velucia.blogs.sapo.pt/
Estão todos convidados a partir o vosso espelho!
publicado às 14:31
Maria João Brito de Sousa
DA RELATIVIDADE DO TEMPO
Um cansaço de vida, um quase-morte,
Depois um renascer contra a vontade.
O corpo à minha espera (identidade?)
Um Palácio de Luz e eu sem Norte...
É tudo tão dif`rente! Essa ilusão
Do tempo que se vive deste lado,
Dilui-se entre o futuro e o passado
E traduz-se num`outra dimensão.
Um segundo, um milénio... quanto tempo
Se passou, afinal, enquanto estive
Diante dessa luz cheia de paz?
Um milénio, por lá, é um momento
Daquilo que por cá se sente e vive.
Um segundo? Um milénio? Tanto faz!
Maria João Brito de Sousa - 13.10.2008
À Eva
À Velucia
ESQUECER, À LUZ DAS VELAS
Declaro o fim-do-mundo à luz das velas!
Nesta longa sequência de poemas
Remeto pr`a Mamon esses problemas
Da cobiça, dos ouros, das mazelas!
À luz das velas sou imperatriz
Das interpretações que a vida tem;
À luz das velas SOU! Não há ninguém
Que me curve a vontade ou a cerviz!
Caminho paralela á própria essência
Das coisas desde a sua procedência
Como quem, sendo louco, `inda agradece.
Caminho à luz de velas, mas caminho!
O meu estro reluz dentro do ninho
Com a serena raiva de quem esquece...
Maria João Brito de Sousa - 13.10.2008
Ao poeta António Codeço
Imagem retirada da internet
publicado às 12:46
Maria João Brito de Sousa
Quantas vezes passei, quantas perdi
O rumo desse Céu tão prometido...
De novo uma passagem. Que sentido
Faria eu se não estivesse aqui?
Por isso vou passando e aprendendo
E semear a espr`rança é o meu rumo
Porque me ergo e desenho a fio-de-prumo
E em verso, traço e côr é que me acendo.
Vou de passagem. Tudo, tudo passa,
Excepto o que nos move. Essoutra Graça
É perene, constante, inevitável...
Quantas vezes cheguei, quantas parti,
Melhor por cada corpo que "vesti",
Mas ainda imperfeita, ainda instável...
À Velucia
(Imagem retirada da internet)
publicado às 10:52