"UPSIDE DOWN"
Pequeno poema escrito em contra-mão,
Não te sei compor, mas deixo uma razão;
Sinto-me aturdida, perco-me de ti,
Não te oiço pulsando, nada sei senão
Que fugindo ao tom, escapas-me à canção...
Poema, que fazes ao teu “dó-ré-mi”
Que escondes, que guardas tão longe de mim?
Peço-te desculpa, pois rude pareço,
Mas bem reconheço; estranha, sou-o sim,
Se te escrevo assim, pondo o fim no começo,
Mas nunca te impeço desta forma, assim,
Tornar-te jardim, jardim em que tropeço
E no qual me empeço muito antes do fim,
Nalguns ramos de alecrim... eis o teu preço!
Maria João Brito de Sousa – 14.11.2017 – 10.04h
NOTA – Soneto "excêntrico" escrito no seguimento de um soneto do poeta Albertino Galvão, em verso hendecassilábico e acentuação tónica na sétima sílaba métrica.