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Eu reivindico as rugas! Ruga a ruga,
Fui conquistando ao tempo a Poesia,
Esta que agora gravo, inda que, em fuga,
Mais pareça criar desarmonia,
Porquanto, cruamente, a dor me aluga
Os sentidos em flor com que escrevia
E nem a melodia em mim madruga
Como há bem pouco tempo acontecia...
Foi, no entanto, delas que me veio
Cada verso daquel`s por que hoje anseio
E que não trocarei por coisa alguma;
Venham mais rugas porque as não receio!
De falsidades anda o mundo cheio
E, às minhas, conquistei-as uma a uma!
Maria João Brito de Sousa – 03.08.2017 - 11.35h
Dedicado à MEA e escrito após a leitura do seu lindíssimo soneto
“Não Deixem que me Vista de Saudade”.
Imagem retirada da Fábrica de Histórias
(Em decassílabo heróico)
Não sei o que fazer… se ao verbo informe,
Tomada de paixão, tente moldar,
Se negue a sensação sem a esboçar
E a devolva intacta ao que em mim dorme.
A compulsão, porém, tornou-se enorme!
Mais forte do que eu sou, quer-se afirmar
E sinto que não mais se irá vergar
Nem há compensação que, hoje, a conforme
Ou que possa anular-lhe esta vontade
De ir esculpindo uma voz que agora invade
O espaço das mil causas emergentes.
Se o tempo que passou gerou saudade,
Depressa entenderá que esta verdade
Lhe exige gestações bem mais urgentes.
Maria João Brito de Sousa – 23.06.2014 – 18.18h
Imagem - Pintura de Álvaro Cunhal retirada da página do Partido Comunista Português
Conta-me lá dessas segundas-feiras
Que te chamavam pelas madrugadas,
Dessas manhãs das horas empolgadas
A correr pela sala, entre carteiras.
Fala das coisas mais aventureiras,
Diz-me das aventuras mais magoadas.
Conta-me lá das provas copiadas
Pelas colegas que eram mais matreiras…
Conta-me do comboio à beira-mar,
Das corridas, dos livros, das sebentas,
Dos jogos do recreio, das conversas…
Conta-me do que já nem sei lembrar
Porque as horas ficaram muito lentas
E - custa-me dizê-lo… - mais adversas…
Imagem retirada da internet
REPORTAGEM ADIADA - A reportagem sobre a ida a Cuba da pequena Ana Carolina, foi adiada para o próximo dia 6, a seguir ao tele jornal da RTP. Vejam-na no programa 30 Minutos.
Exímia a vasculhar entre as memórias,
Descubro mil tesouros manuscritos!
E são tesouros mesmo! E são benditos!
São os antigos traços de mil histórias.
E é sempre o acaso (ai, o Acaso...)
Que vem trazer-me às mãos o que eu encontro.
Tudo isto que vos digo, o que aqui conto,
É a razão do meu eterno atraso...
As coisas deste tempo vão esperando...
Eu sei que encontro mais, mas não sei quando,
Desta matéria-prima muito minha.
Atraso-me ao sabor destes meus dias
No acaso de antigas companhias.
Atraso-me por nunca estar sozinha.
Imagem retirada da internet e multiplicada por mim
com a sempre bem-vinda ajuda do Acaso.
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