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Out22
SORTE
Maria João Brito de Sousa
A Fortuna de Olhos Vendados - Tadeusz Kuntze, 1754
(Wikipédia)
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A SORTE
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A sorte, amigos meus, quando bafeja
Alguém que não desdenhe a própria vida,
Pode vir como gota que goteja,
Ou irromper de um jorro, decidida
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E seja ela aquilo que ela seja,
Não faz caso da porta que a convida,
Não quer saber da mesa que a festeja
E vai-se assim que encontra uma saída
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A sorte não tem cor mas tem poder,
Nunca cuida de qu`rer a quem a quer
E muito raramente é justiceira
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Pois nada enxerga e não sabe escolher
Quem dela necessite por não ter
Como sobreviver de outra maneira.
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Mª João Brito de Sousa
In A CEIA DO POETA
Inédito
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