Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
11
Out20

RETRATO DE PÉ QUEBRADO

Maria João Brito de Sousa

pé quebrado.jpg

Imagem retirada daqui

 

RETRATO DE PÉ-QUEBRADO
*


"Num dia em que se achou mais pachorrenta"(1

Isto escreveu e se algum pé quebrou

Seu era, porque em ritmo vacilou

Fraca de vista, ourada e sonolenta.
*

 

Acamada ficou, se bem que tenta

Fazer uso do pé que lhe sobrou;

Ampara-se à bengala que encontrou

E apoia-se no pé que inda a sustenta.
*

 

Tudo no pé aposta e só lamenta

Tão mal se equilibrar. Essa não sou

Que se em desequilíbrio também estou
*

 

Jamais aguentaria o que ela aguenta!

Eu a ambos os pés estou bem atenta

E a vértebra quebrada já soldou.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 11.10.2020 - 11.30h

 

 

1) Transcrição, no feminino, do último verso do soneto

AUTO RETRATO


de Manuel Maria Barbosa du Bocage.

 

23
Set20

QUE CASTIGO!

Maria João Brito de Sousa

24909994_1779616338729639_7756679165173124271_n.jp

QUE CASTIGO!
*


Se me desdizes, não te contradigo...

Cada qual tem a sua opinião

Mas se eu entendo que tenho razão,

Não deixa essa razão de estar comigo...
*

 

Vês segurança onde destrinço perigo?

Avisar-te é a minha obrigação,

Mas se onde digo sim, tu dizes não,

Respeito e não discuto mais contigo.
*

 

Não me assistem vaidade e presunção,

Só me assiste a amizade e não te obrigo

A partilhar da minha convicção.
*

 

Não me imponhas a tua. Não consigo

Mentir para evitar a discussão,

Nem fingir que concordo. Que castigo!
*

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 23.09.2020 - 13.39h

 

 

29
Ago14

TRÊS SONETOS DE TRAZER POR CASA...

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

O ARROZ MALANDRINHO

 

 

Cebola, um grão de sal, folhas de louro,

Bem douradinhos num pouco de azeite…

Deixa a colher de pau de ser enfeite

Pr`a tornar-se, no tacho, o meu tesouro!

 

Depois trago o arroz, limpo e escolhido,

E vou-o alourando na mistura

(vai começando a ser uma aventura

fazer um arrozinho bem estrugido…)

 

Deito a água a ferver... alguns minutos,

São quanto irá bastar ao meu petisco!

Depois é só tapar, manter quentinho,

 

E, assim que doseados, os  produtos

-  muito embora correndo um certo risco -,

Servir-vos-ei arroz ... bem  malandrinho!

 

 

Maria João Brito de Sousa - 2009

 

 

AS ERVILHAS COM OVOS

 

 

Hoje vou preparar umas ervilhas

Guizadas, com dois ovos bem escalfados,

Sem deixar de falar dos mil cuidados

Que aqui dedico a estas maravilhas;

 

Sobre aquilo a que chamo um estrugidinho,

Deito as ervilhas, logo as vou mexendo

Até que cozam bem, sempre fervendo,

Ao ponto de ficar tudo tenrinho,

 

Depois os ovos, sem esquecer tempero,

Pr`a que fique o pitéu mais apetente,

E rectifico, quase no final...

 

O único segredo está no esmero

De trazê-las pr`á mesa e servir quente,

Pedindo a Deus que vos não façam mal.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 2009

 

 

 

 

 

O JOGO DE XADREZ COM O PC

 

Tem uma Excalibur que nunca falha!

Refaz-se essa inocência quase morta

Que tantas vezes vem bater-lhe à porta

E de si  faz Cavalo de batalha…

 

É nos Peões, porém, que é mais fraquinha;

Nos Bispos e nas Torres, vai teimando,

Mesmo que perca - só não sabe quando - , 

Vê que, às duas por três, foi-se a Rainha...

 

Falta-lhe o tempo... os dias passam lestos,

Mas tudo aceita sem grandes protestos

E prossegue travando o seu combate,

 

Porque em tudo o que faz põe teimosia

Consciente de que nada a salvaria

Se alguém lhe arquitectasse um xeque-mate.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 2009 

 

 

Aos 25 rápidos jogos de xadrez que o 2008 me ganhou em cinco dias... e aos 380 que lhe ganhei eu, em quatro anos e meio :) 

 

Imagens retiradas do Google

 

 

11
Abr12

UMA LENDA MUITO ANTIGA

Maria João Brito de Sousa

Um dia, a mão na rédea, o pé no estribo,
Lançou-se um cavaleiro em cavalgada
Na esp`rança de encontrar a dama amada
Que - narrava uma lenda - estava em p`rigo,

Porém, fez dessa lenda o seu castigo,
Pois não soube, sequer, achar a estrada
Que conduzisse os passos da montada
A alguém que, em vez de amor, quisesse abrigo...

Diz-se que corre ainda atrás da lenda,
Que há-de fazê-lo enquanto não pretenda
Senão o desenlace em que ousou crer,

O princípe-encantado-sem-emenda
Que aspira, estrada afora, à estranha of`renda
De perder-se a salvar quem o não quer…

 




Maria João Brito de Sousa – 11.04.2012 – 18.59h



Imagem retirada da net, via Google

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!