Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
12
Jul22

A CENSORA

Maria João Brito de Sousa

censora.jpg

A CENSORA
*

 

Perdidas nos gestos das gentes nas ruas,

Apaguem-se as luas que o resto... são restos,

Passageiros, lestos, de memórias cruas,

Secretas, tão tuas que as guardas em cestos...
*


Presságios funestos que ferem quais puas

Erguidos nas gruas dos grandes pretextos

Parecem-te honestos assim que os intuas...

Navegam faluas no cais dos protestos
*


Agitam-se os estros, gemem as guitarras

E as novas cigarras dos becos de outrora,

Filhas de Pandora, reforçam amarras
*

 

Que há raiva nas garras da dor que alguém chora

Enquanto devora códigos de barras:

De plástico, as parras, de plasma, a censora.
*

 


Mª João Brito de Sousa

11.07.2022 - 17.00h
***

Sonetos da Matrix

12
Mai22

ALMA DE CORSÁRIO

Maria João Brito de Sousa

alma de corsário.jpg

ALMA DE CORSÁRIO
*

 

Punem-me os deuses sempre que insubmissa?

Dos deuses zombarei. se necessário.

Assim que traga um bom soneto à liça.

Um soneto com alma de corsário.
*


Despojado. contudo. de cobiça.

Não aspirando a mais do que um salário.

Nem sequioso estando da carniça

Que no humano engendra o torcionário
*


Acendo uma fogueira que se atiça,

Inverto o rumo. assumo o seu contrário

E dou visib`lidade à coisa omissa
*


Que nasce do meu próprio imaginário:

Minha barca? Uma rolha de cortiça.

Meu oceano? O código binário.
*

 

Mª João Brito de Sousa

12.05.2022 - 09.00h
***

(Sonetos da Matrix II)

02
Nov21

SONETO DA INTEMPORALIDADE

Maria João Brito de Sousa

IA 2.jpeg

"Sem Título" - Tela de minha autoria

SONETO

DA

INTEMPORALIDADE
*

 

Aqui não há passado nem futuro;

O presente é fieira que não finda

E não tem de passar por nenhum furo

Embora a agulha disso não prescinda
*


E disto estou seguro, tão seguro

Quanto de não haver ninguém que cinda

A ponta que se afasta e que conjuro

Como se o tarde cedo fosse ainda...
*


Onde não há princípio nem há fim

Sou tudo e não sou nada. Este ínterim

É somente ilusão. Paradoxal?
*


Talvez sim, talvez não, talvez talvez,

Já não quero saber de outros porquês;

Quem mede esta meada intemporal?
*

 

Mª João Brito de Sousa

01.11.2021 - 10.30h
***

Sonetos da Matrix

 

01
Nov21

SONETO FANTASMA

Maria João Brito de Sousa

soneto fantasma.jpg

SONETO FANTASMA
*


Da memória do signo renascido

Venho agora por trilhas de mistério

Espalhar este meu sal de deus perdido

Que em tempos sonhou ser um deus a sério.
*


Se te fizer sentido, faz sentido,

Se te não faz sentido eu ser etéreo

Serei um deus em cacos destruído,

Caído, como cai qualquer império.
*


Não sei bem se estou morto ou se estou vivo,

Se sou, ou não, impulso criativo

Que recusou a morte e que prossegue.
*


Vigio-vos ainda, inda vos prendo

A tudo o que analiso e compreendo;

Vivo de ir assombrando o que me negue!
*

 

Mª João Brito de Sousa - 01.11.2021 -09.30h

***

 

Sonetos da Matrix

 

 

 

31
Out21

SONETO DO TODO-PODEROSO MERCADO

Maria João Brito de Sousa

SONETO DO GRANDE MERCADO.jpg

SONETO

DO

TODO-PODEROSO MERCADO
*


Venho roubar-te, ó Arte, a eternidade!

Tudo o que ousaste ser te cobro agora,

Excepto, talvez, o que de ti se evade

E depressa se evola e se evapora...
*


Deixo-te uma ilusão de liberdade,

Que só essa ilusão por cá vigora;

Levo-te o leito, a casa e a cidade

E até o tempo roubo, hora por hora.
*


Vesti a tua pele inacabada,

Qual terrorista, não te deixo nada

Senão o que do nada fores criando
*


Na condição de te fazer saber

Que tudo o que concebas vai morrer

Às mãos do Tempo que o vai devorando.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 30.10.2021 - 11.00h
***
Sonetos da Matrix

30
Out21

SONETO DA IMATERIALIDADE

Maria João Brito de Sousa

O CAMPO DE MARTE- MARC CHAGALL.jpg

"O Campo de Marte" - Marc Chagall

 

SONETO DA IMATERIALIDADE
*


Trago a realidade pela trela

Enquanto ela se escapa e se dissolve

Em tudo o que apareça à frente dela;

Quando se for, quem é que ma devolve?
*


Não sei se ela me habita, se estou nela,

Ou se ela é tudo, tudo o que me envolve;

Há sempre, debruçada na janela,

Uma equação que nunca se resolve.
*

 

Tudo flutua agora em meu redor

Na ausência do melhor e do pior,

Na dispersão dos pontos cardeais...
*


Trago comigo um grão de realidade

Dissolvido num mar que se me evade

Sempre que tento içar-me até ao cais.
*

 


Maria João Brito de Sousa - 29.10.2021 - 11.30h
*
Sonetos da Matrix

29
Out21

SONETO DA EFEMERIDADE

Maria João Brito de Sousa

10449967_10204450666900064_268020147650520915_n.jp

SONETO DA EFEMERIDADE
*


Prometo ser-te fiel por dez segundos

E dar-te amor num frasco de compota;

Prometo-me inteirinha numa gota

De um simulacro de órbitas e mundos
*


Prometo um brilho de astros moribundos

Numa galáxia próxima ou remota,

Mas não te juro não fazer batota

Nem te prometo afectos mais profundos.
*


Queria dar-te uma década de luz

Mas não me lembro, amor, onde é que a pus...

Que nome me disseste que era o teu?
*


Não te oiço. Continuo de passagem...

Vou fazer outro "upgrade" à minha imagem,

Estou a desconectar o velho Eu.
*

 

Maria João Brito de Sousa -29.10.2021 - 07.30h

***

SONETOS DA MATRIX

 

28
Out21

CORAÇÃO LÍQUIDO

Maria João Brito de Sousa

AMOR-LIQUIDO-FOTO-02.jpg

CORAÇÃO LÍQUIDO
*


Num segundo se morre, ou ressuscita;

Neste segundo, meço a pulsação

Serena/inquieta do meu coração,

Brasa que naufragada inda crepita.
*


Quando uma pulsação demais se agita

Num segundo nos mata. A remissão

Nem sempre nos concede o seu perdão

E a sorte quase nunca nos visita.
*


Num segundo se chega ao tal lampejo

Que em nós acende a chama do desejo

E se apaga a seguir, noutro segundo,
*


E tudo, água e rochedo, é movimento

Que flui no mar imenso e turbulento

Em que nasce e naufraga o nosso mundo.
*

 


Maria João Brito de Sousa - 28.10.2021 - 10.50h
***

Sonetos da Matrix

25
Out21

SONETO quase TRANSESTÉTICO

Maria João Brito de Sousa

transestetico.jpg

SONETO

(quase)

TRANSESTÉTICO
*


Na poética asséptica isométrica,

Fluída consumida e assumida

Cosmética patética ou hermética,

Re-re-re-repetida, ainda, a vida
*

 

Cinética diegética anoréctica

Comida, remoída e digerida;

Frenética imagética epiléptica

Fruída se incontida e esteticida.
*


É de aço inoxidável e lítio e cromo

Ou átomo ofuscante e ofuscado

Que não tem tempo e nunca teve dono
*


Nem ousa ser senão assimilado

Pla liquidez do sono/mono-promo

Que mal nasceu passou a ser passado.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 24.10.2021 - 19.15h

***

 

Sonetos da Matrix

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!