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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
08
Fev15

PAPOILA

Maria João Brito de Sousa

images (19).jpg

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

Julgaste-a vulnerável e dolente,

Peça de ouro da lei que outro engendrou,

Mas, tempr`ada desse aço que a moldou,

Mostrou-se, afinal, firme e persistente,

 

Negando, em cada gesto prepotente

Que a escória disfarçada preparou,

A graça de of`recer-lhe o que sobrou

Do tanto que, na cor, se afirma gente...

 

Se de pedra se assume, embora flor,

A escopro há-de gravar seja o que for,

Que a haste em que subiu sabe o que quer

 

E exalta-se, insubmissa, em rubra cor

Pr`afirmar que, de si, só colhe amor

Quem na flor respeitar fraga e mulher...

 

 

Maria João Brito de Sousa – 05.02.2015 – 14.07h

 

 

 

02
Set14

O TEU SILÊNCIO, Ó COMPANHEIRO!

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

Por vezes vem de manso a voz do vento,

Murmurar-me em segredo… e diz-me mais,

Mais alto e mais audível que as normais

Que por cá repercutem qual lamento

 

A que sempre faltou raiva e talento

Mas soam como sopram vendavais,

Bradando sem cuidar dessoutros ais

Que ousem fazem soar seu desalento

 

Porque o sofrem na carne… e se não calam!

Aos que possam provar que, quando falam,

Bem mais razões terão que os do “poleiro”,

 

Junto o sopro de uns versos que me exalam

O vivo odor das brasas que em mim estalam

Se te encontro em silêncio, ó companheiro!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 19.04.2014 – 14.48h

10
Mai14

UM SONETO BREJEIRO... ou nem por isso...

Maria João Brito de Sousa

 

SONETO BREJEIRO

*

 

Se a rosa cor-de-rosa abraça um cravo

E logo se desdiz, se faz rogada,

Não fica o rubro cravo a ser seu escravo,

Mas talvez fique a rosa apaixonada

*

 

E, mais tarde ou mais cedo, em gesto bravo,

Reflicta na paixão que foi travada

E venha murmurar-lhe; “Eu furo e escavo

Até tornar-me a flor mais desejada!”

*

 

Responde o cravo, altivo: -“Eu nunca disse

Que queria estar contigo, ó flor burguesa!

Não pudeste abraçar-me sem que eu visse

*

 

Que usando a mais-valia da beleza

Me ousavas seduzir sem que eu sentisse

No teu brejeiro gesto uma certeza!”

*

 

 

Maria João Brito de Sousa – 09.05.2014 – 14.56h

15
Abr14

RELEMBRO

Maria João Brito de Sousa

(Soneto em decassílabo heróico)

 

Relembro um rio que em gesto resoluto

Cresce em caudal e soma em quantidade

A mesma urgência com que agora eu luto

E me dá força enquanto houver vontade;

 

Porque um poder perverso e dissoluto

Se nos impõe, esmagando a dignidade,

Sejamos fio de outro qualquer soluto

Que, em nos enchendo, engendre outra vontade!

 

Relembro o sangue em veias indomadas

E esta emergência em nós, sempre crescente,

Que nos transforma as mãos mais desarmadas

 

Em espada erguida sobre o prepotente

Que ensombra as águas vivas, libertadas,

Duma outra força antiga e sempre urgente!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 15.04.2014 – 10.39h

 

 

Ao povo que, desobedecendo a uma ordem directa, invadiu as ruas em Abril de 1974 e transformou um golpe militar numa verdadeira revolução.

 

A todos nós!

 

 

Imagem retirada do Google, sem autoria visível.

 

11
Fev14

REVOLUÇÃO!

Maria João Brito de Sousa

(Em decassílabo heróico)

 

Se sofro, o que me importa, a mim, sofrer

Enquanto tantos mil, sofrendo mais,

Transformam cada grito, dos que eu der,

Num gemido que abafa outros iguais?

 

Se morro, o que me importa, a mim, dizer

Que a morte me chegou cedo demais,

Enquanto mil houver que irão morrer

De frio, de fome e falta de hospitais?

 

Mas uma coisa sei; morro de pé!

Ninguém ficará surdo à voz de um só

Quando ela em mil projecta aquilo que é

 

E, na corda impotente, o sujo nó,

Rebenta de repente, explode a fé

E outro Golias cai mordendo o pó!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 11.02.2014 – 12,49h

 

 

IMAGEM - O Quarto Estado - Pelizza da Volpedo

10
Nov13

ESPANTO

Maria João Brito de Sousa

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

 

Meu espanto, como bicho degolado,

É este quase-nada, este destroço,

Que embora reduzido a pele e osso

Faz frente a quem o tenha encurralado,

 

É este não temer ser confrontado

Com força natural, fera ou colosso,

Que nega a frustração do “já não posso!”

E muda, à dura sorte, o resultado.

 

Meu espanto mora em mim, comigo vive,

Mas pode exacerbar-se onde eu nem estive

Se as asas dum poema o transportarem,

 

Porque traz quanta força eu jamais tive

Se enfrenta humilhação que o esgote ou prive

Da voz que os sonhos meus lhe não negarem.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 30.10.2013 – 15,16h

 

 

Imagem retirada da página do Partido Comunista Português

25
Set13

SONETO "PANFLETÁRIO"

Maria João Brito de Sousa

APELO AO VOTO

 

Soneto assumidamente panfletário, partidário, utilitário e, na opinião da autora, necessário…

(Em decassílabo heróico)


Há pobres, infelizes criaturas
Que, sem vontade própria, se norteiam
Por teorias de outros que as odeiam
E à má-fila promovem ditaduras

De elites que apregoam falsas curas,
De eleitos que a si próprios se nomeiam
E “neutros” que o não sabem, mas falseiam
O sentido da Luta em vãs loucuras.

Atentem à mentira, quando alastra!
A nós, essa perfídia não nos castra
E o voto, a duras penas conquistado,

Há-de fazer tremer a corja “rasca”
Que, ao dividir-nos, tanto nos atasca
Em dúbias jogatinas de mercado!



Maria João Brito de Sousa – 22.09.2013 – 21.00h

(Em reedição, mais uma vez inevitavelmente reformulado a 14.06.2015)

 

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