27
Abr10
TELA
Maria João Brito de Sousa
Serenamente pinto os amanhãs
Do grito azul da forma inacabada
E o meu eixo lunar das horas vãs
Afasta-se, por fim, da antiga estrada
Talvez depois um rio venha abraçar-me
Na transversal de um tempo por nascer
Ou talvez seja tempo de encontrar-me
Onde antes me pensei vir a perder
Serenamente azul, deponho um verso
Junto à campa de um sonho que morreu
Nos braços virtuais de cada estrela
Serenamente tomo o rumo inverso
Do sonho matinal que se perdeu
No branco intemporal da velha tela
Maria João Brito de Sousa - 27.04.2010