SONETO À CONFIRMAÇÃO DE UM DIREITO
Ao martelo. À foice. Àquilo que simbolizam.
(Em decassílabo heróico, na oralidade – El(e)El(a))
El(e) trazia na mão, cobrindo um sonho,
O cabo de um martelo… e martelava,
El(a), um arco incompleto que ceifava
Tão habilmente quanto em verso o exponho
Exploração gera dor mas, se o suponho,
Bem mais forte era a dor que se apossava
Dos que da construção, da espiga ou fava,
Cobravam tão-somente um pão tristonho
Justo é nunca esquecer quanto devemos,
Do tanto que nos tiram, mas mantemos,
Àqueles que com a vida conquistaram
O direito ao tal pão que já mal vemos,
Mas pelo qual sei bem que lutaremos
Como esses que tão caro o pão pagaram!
Maria João Brito de Sousa – 07.08.2013 – 17.19h