NOVEMBRO DE MÁ MEMÓRIA!
Inda que de mim discorde,
Não me deseje o pior:
Sou loba que nunca morde,
Leia-me aqui , por favor!
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Inda que de mim discorde,
Não me deseje o pior:
Sou loba que nunca morde,
Leia-me aqui , por favor!
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BEWITCHED
*
Vou fazer uma mandinga,
uma mezinha qualquer
que exorcize uma zandinga
qu`inda há pouco estive a ler
*
Porque onde a lágrima pinga
morre a esperança de vencer:
O proletário não vinga
E o burguês nem quer saber!
*
Vidente não sou, nem maga,
futurismos nunca fiz,
nem sei rogar uma praga
*
Mas quando torço o nariz
esqueço a flor, torno-me fraga,
Ninguém me dobra a cerviz!
*
Mª João Brito de Sousa
08.01.2023 - 22.00h
***
Bewitched (Enfeitiçado) é o título original da série norte americana Casei Com Uma Feiticeira de que os leitores menos jovens ainda devem estar lembrados.
Pedindo desculpa aos amigos e camaradas que me lêem em português, este sonetilho nasceu-me em inglês e assim será editado uma vez que o seu destinatário não conhece a língua portuguesa.
NEVER DO WHAT SIMON SAYS!
*
Simon says: - "Do as I said!"
Will you do what Simon wants
Knowing not what Simon grants,
When you know he might be mad?
*
Simon says:- "I`ll give you bread
And i`ll put guns in your hands,
Cause I own the better brands
That you may dream of! I swear!"
*
Simon - said I - go to hell,
Knock its door or ring its bell
Cause hell is your perfect spot!
*
Maybe you`re already there
Cause you dream quite a nigthmare
And you planned its bloody plot!
*
Mª João Brito de Sousa
07.11.2022
***
Tradução mais ou menos literal
*
NUNCA FAÇAS O QUE SIMON DIZ!
*
Simon diz: -" Faz o que eu disse!"
Tu vais fazer o que Simon quer
Sem conhecer o que Simon te concede,
Quando sabes que ele pode estar louco?
*
Simon diz: - "Vou dar-te pão
E vou-te colocar armas nas mãos,
Porque sou o dono das melhores marcas
Que possas sonhar! Eu juro!"
*
Simon - disse eu -, vai pró inferno,
Bate-lhe à porta ou toca-lhe à campainha
Porque o inferno é o lugar ideal para ti!
*
Talvez até já lá estejas
Porque o teu sonho é um pesadelo
Cuja maldita trama foste planeando!
*
Mª João Brito de Sousa
07.11.2022
***
NOTA - A redondilha maior foi utilizada no sonetilho original - em inglês - , mas foi-me impossível mantê-la na sua tradução mais ou menos literal.
TENHO SONO
*
Gostava tanto de ter
Um pouco, um nada que fosse,
Do teu imenso saber,
Dessa ironia agridoce...
*
Fico sentada a tecer
Uns fios que o vento me trouxe
Com nós que irei desfazer
Mal um poema se esboce
*
E enquanto lembro o que lembro
Vai-se passando um Setembro
Que traz consigo outro Outono...
*
Ó fios que enrolo nos dedos,
Cuidai vós dos meus enredos
Que eu vou dormir. Tenho sono.
*
Mª João Brito de Sousa
17.09.2022 - 23.00h
*
Ao meu avô poeta, António de Sousa.
***
Por aqui, mas não a alimente, por favor...
Aqui, por favor.
Iluda-se aqui, por favor
NOVOS ÓPIOS
*
Fechados sobre nós próprios,
Todos nós somos saudade
Do tempo em que a liberdade
Dispensava microscópios.
*
Inventamos novos ópios
Pra vencermos a ansiedade
Destoutra realidade
De incerteza e estetoscópios.
*
Criamos caleidoscópios
Para enganar a vontade
De usarmos osciloscópios
*
Pra sondar quem nos invade;
Só dos grandes telescópios
Se vislumbra um céu que agrade.
*
Maria João Brito de Sousa - 31.01.2021- 13.00h
***
Imagem retirada daqui
FRAGMENTO
(Sonetilho)
*
Não sei se posso ou não posso,
Nem sei se quero ou não quero...
Há um fosso, um fundo fosso
Entre o que faço e o que espero.
*
Dou corpo ao pouco que esboço
Pouco mais tendo que zero;
Desnudo-me até ao osso
Do meu próprio desespero.
*
Nem raiva, nem rebeldia,
Nem o grito que arrepia
A alma de quem me ler;
*
Só isto. Esta tentativa
De vos mostrar que estou viva
Inda que estando a morrer.
*
Maria João Brito de Sousa – 09.02.2020 – 13.55h
Roseira, brava roseira,
Que saldaste em desamores
O fel de todas as dores
Da tua humana canseira,
Que, da última à primeira,
Fizeste brotar as flores
Que te negaram louvores
Da burguesia altaneira,
Tu que medraste nas hortas,
Que entraste em todas as portas
E encheste as casas de tantos,
Perfumaste as horas mortas
Trazendo às faces absortas
Terno riso, alegres cantos…
Maria João Brito de Sousa – 14.05.2012 -17.55h
Nota – Este sonetilho pretende ser uma muito humilde homenagem às jovens aldeãs deste país.
Às que o foram e começam, agora, a murchar, e às que ainda houver por esse Portugal fora.
Onde acaba a Rosa sempervirens e começa a jovem mulher, nem eu mesma sei… mas é a ela, mulher e aldeã, que eu o dedico.
Maria João Brito de Sousa – 06.04.2012 -13.21h
NOTA - Peço desculpa pela inusitada apresentação do texto poético... a decisão foi do Sapo...
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