Maria João Brito de Sousa
Eu ando a mendigar, literalmente,
O pão de cada dia, a cada hora,
Apenas por estar gasta e estar doente,
Mesmo sendo poeta e produtora...
Se algum dia fui estrela, fui cadente,
Das muitas que dão luz indo-se embora
Pr`a logo se apagarem, num repente,
Negando a própria força propulsora,
E como confessar-vos que o estrelato
Se me afigura pouco apelativo,
Que bem mais ambiciono o são recato
Da pequenina casa em que (me) vivo
Tendo por companheiro um velho gato
Que é - como eu sou... - sensato e combativo?
Maria João Brito de Sousa - 21.01.2016 - 11.47h
publicado às 12:43
Maria João Brito de Sousa
Por ti não choro, não! Por ti sereno,
Redesenho horizontes rasos de água,
Reinvento o adeus e quando aceno
É só para afastar-me de outra mágoa.
Por ti, mil novas formas de estar viva;
Sorrindo, em brincadeiras infantis,
E agradecendo a Deus pois me não priva
De, sendo como sou, ser tão feliz…
Por ti – nem sei explicar tanta ternura… -
Daria quanto dou e, mais ainda,
Iria aonde nada nem ninguém
Pudesse imaginar vida segura…
[mas posso assegurar que nunca finda,
este tão estranho amor que nos mantém…]
Maria João Brito de Sousa – 24.08.2010 – 09.56h
publicado às 13:20
Maria João Brito de Sousa
publicado às 11:37
Maria João Brito de Sousa
Não sei se somos bruxos ou poetas...
Veneramos a vida em cada ser,
Mas temos um fraquinho e tem de haver
Um gato em nossas vidas incompletas.
Um gato entre outros tantos, tantos mais,
Que será sempre o nosso confidente,
Um gato a dar-nos mais que muita gente,
A afirmar-nos que somos `speciais.
A pura sedução, o doce enlevo,
O prazer de estar vivo e ser quem é,
Olhar perscrutador e sempre alerta.
Sei que este amor é puro e até me atrevo
A amar o gato em mim, a ter mais fé
No amor que me dedica... e sei estar certa!
Maria João Brito de Sousa - 01.04.2008 - 11.16h
Este soneto é especialmente dedicado aos meus amigos EVA
e ANTÓNIO CODEÇO
publicado às 11:16