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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
11
Nov10

DOIS SONETOS - por ser S. Martinho :)

Maria João Brito de Sousa

 

MARTINHO E O PEDINTE

 

 

-“ Meia capa pr`a mim, meia pr`a ti!”

Disse Martinho entregando a metade

Da capa que o cobria e, logo ali,

Se rasga o céu céu azul, em claridade…


Martinho deu do que era para si

Nesse gesto de amor e caridade

E o pobre respondeu: - “Agradeci

Entregando-te o dom da santidade…”


Olhando o céu azul, disse Martinho:

-“ Festejemos então, bebendo o vinho

Das uvas que se estendem nos vinhedos!”


E respondeu o pobre: - “O meu caminho

É o mesmo que o teu. Não vais sozinho

E o tempo não terá, pr`a ti, segredos!”

 


Maria João Brito de Sousa – S. Martinho, 2010

 

 

 

A VELHA NAU

 

 

 

Neste fundo de mar me afogo e cedo

A alma à velha nau que me navega

E, tendo revelado o meu segredo,

Recebo o novo dom que ela me entrega


Fascinada por ele, só nele me enredo

E, venha o que vier, nem a refrega

Me faz voltar atrás, cedendo ao medo

Do ciclo da permuta e da trasfega…


Por mais mar que esta minha nau percorra

[pouco me importa que ela afunde e morra;

há sempre um mar que volta e outro que parte!],


Enquanto a velha nau mo permitir

Hei-de perpetuar, neste ir e vir,

Mil conquistas do Tempo pela de Arte…

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

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11
Nov09

A GRUTA DAS TREZENTAS CINQUENTA E SEIS PALAVRAS E UMA MEMÓRIA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Era uma vez uma gruta pequenina, escavada nas rochas da praia, quase coberta pelo mar na maré-cheia. Diz a lenda que, há muitos anos atrás, essa gruta foi uma mulher igualzinha a mim, igualzinha a nós todas… consta que tinha longos cabelos negros, daí as longas algas que, há uns anos, inevitavelmente assinalavam a entrada da pequena reentrância rochosa.

Talvez vocês nunca tenham reparado nela, mas eu conheci-a pessoalmente há quase cinquenta anos, quando eu e o meu pai brincávamos aos espeleólogos em plena costa do Sol…

“Diz a lenda…”, digo eu, que era diferente das outras grutas. Não porque fosse maior, mais profunda ou muito diferente de todas as outras… mas era uma gruta tão especial que nunca a consegui esquecer. “Diz a lenda…”, digo eu, que era uma gruta fêmea. Mulher, sem dúvida, e indubitavelmente solitária por opção. De forma aparente, claro está, pois recordo-me muito bem de, tanto eu como o meu pai, sabermos, com sabedoria de experiência feita, que era a gruta mais habitada de todas as praias da costa. Porém, quem passasse, num passeio muito banal de reconhecimento ou recreação e, casualmente, reparasse na grutinha, seria esse o adjectivo que utilizaria para a descrever, de tal forma ela se parecia com uma pequena ilha isolada das dezenas de outras grutas que constituíam uma boa parte da orla marítima daquela zona… há cinquenta anos atrás.

A lenda não diz, mas digo eu, que a gruta era Poeta. Que a gruta é Poeta, porque eu reconheci-a quando voltei à praia, há poucos dias.

Mudámos as duas, sem dúvida! Estamos ambas envelhecidas, marcadas pelo tempo que nos cavou algumas rugas na face e nos foi mudando a cor das algas-cabelos…

Agora a lenda passa a dizer, porque sou eu quem lhe está a dar voz, que a grutinha irá ficar para a posteridade num blog de fundo azul escuro, ao lado da poeta humana que um dia a amou e que todos os pequenos seres a quem ela proporcionou espaço e abrigo estarão, para sempre, no coração destas trezentas cinquenta e seis palavras gravadas a negro sobre um suporte virtual branco como cal. :)

 

 

Imagem retirada da internet

 

"Dito" para http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/ às 16h 30m do dia 10.11.09 :)

 

CONVITE - Na próxima sexta feira dia 13 de Novembro, às 14h 30m, vou estar no edíficio da Cruz Vermelha Portuguesa da Parede a dar o meu melhor por uma palestra sobre "soneto formalmente clássico". Porquê "formalmente" e não apenas "clássico"? Bom, isso eu vou fazer o possível por tentar explicar durante a palestra...

Todos os leitores do Poetaporkedeusker estão convidados!

 

CRUZ VERMELHA PORTUGUESA

Delegação Costa do Estoril

Rua Vasco da Gama, 243

 

2775 Parede

 

 

 

S. MARTINHO - Que ele me perdoe este quase esquecimento... desta vez não se proprcionou um post dedicado a ele, mas o espírito de dádiva e partilha está sempre presente!

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