SEM TÍTULO VII
SEM TÍTULO VII
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Num verso me quis dar, em versos me fui dando,
Como se em verso amando eu mais pudesse amar,
Ou como se cantar fosse ir-me, a mim, doando
Nunca sabendo quando insistir... ou parar.
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Depois de a mim me achar, quiçá, frutificando
E em tudo me adequando a quanto ousei cantar,
Talvez reflicta o mar, talvez vá naufragando
E vá o mar cantando os versos que eu calar...
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Se pareço falar de mim, tão só de mim,
Não vos direi que sim, nem vos direi que não,
Mas esta embarcação transmuta-se em jardim
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E não há espaço em mim para a tripulação
Que dela fez seu chão e nela viu seu fim:
É, afinal, assim que não se embarca em vão.
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Mª João Brito de Sousa
16.11.2022 - 11.00h
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Soneto em verso alexandrino com rima dupla (intercalada)