PERGUNTO AOS PARDAIS...
PERGUNTO AOS PARDAIS...
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"Se nem sequer tenho a sua liberdade",
Roubam-me a vontade que tão só mantenho
Quando este desenho das mãos se me evade
Tal como a saudade dos tempos de antanho...
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Que normal tão estranho! Será de verdade?
Que impalpável grade sem cor nem tamanho
Cobre este rebanho, esta humanidade
Morta de ansiedade que agora acompanho
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Como se fosse anho? A vós que voais,
Por não poder mais, perguntarei agora
E não vou embora sem que respondais;
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Vós, simples pardais, voareis por quem chora
Os dias de outrora que vós nem lembrais?
- Queres saber demais!, esclarece-me a demora.
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Maria João Brito de Sousa - 12.02.21 - 20.00h
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Soneto criado a partir do último verso do soneto PÁSSAROS da autoria de Joaquim Sustelo.