A HERANÇA
Das coisas que eu herdei - quantos tesouros!-
Vou nutrindo um carinho especial
Pelo meu "não-especismo" natural
Que me faz irmanar homens e touros.
Se encontro um animal que tenha fome
(que me importa se humano ou não humano!)
Of`reço-lhe o meu pão. Sanado o dano,
Cresce-me o coração, torna-se enorme
E tanto é o prazer, tal alegria
Me invade corpo e alma e me alumia
Quando reparto assim, por puro amor,
Que tudo o mais parece pequenino;
Amar e partilhar, eis o destino
De quem dos seus herdou esse valor.
Maria João Brito de Sousa - 2008
Imagem - "Monocromia Azul - Trilogia da Oferenda"
Ao Manuel Ribeiro de Pavia
(uma das telas do tríptico)