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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
03
Nov21

A VISTA - Coroa de Sonetos - Custódio Montes e Mª João Brito de Sousa

Maria João Brito de Sousa

MENINA SOL - 1999.jpeg

Tela de minha autoria

 

A VISTA - Coroa de Sonetos
*
Custódio Montes e Mª João Brito de Sousa


1.
*

A vista contempla de olhos abertos

Prossegue o caminho sem se deslocar

Ao ver bem ao longe e tudo divisar

Até adivinha amores encobertos
*


Os voos das aves pelo céu libertos

A vista os alcança e ao vê-las voar

Sente a liberdade e passeia no ar

E fica contente com sonhos despertos
*


Mas não vê o cego, adivinha o caminho

Sem vista indaga, sente-se sozinho

Não se vê sem ela, sem vista há cegueira
*


Olhando em frente vê-se a paisagem

O amor, a beleza e tanta imagem…

Que bom ter-se vista, tê-la a vida inteira
*


Custódio Montes

31.10.2021

***

2
*

"Que bom ter-se vista, tê-la a vida inteira"

Pois nem a canseira que surja ou que exista

Lhe dirá, - Desista destoutra carreira!

Já não há maneira de o parar. Se a vista
*


Permite que invista, siga à dianteira,

Vá de feira em feira, resista, resista,

Que eu sigo-lhe a pista, fico à sua beira,

Não passo rasteira, só peço que assista,
*


Sou quase uma artista do tempo que avança

E alcança, se alcança, uma meta qualquer

Nas coisas do ser e nas voltas da dança
*


Veja à confiança pois, haja o que houver,

Filho de mulher nunca nega uma esp`rança

E eu pago-lhe a fiança se a esp`rança perder!
*


Maria João Brito de Sousa

31.10.2021 - 12.00h
***
3.
*

“E eu pago-lhe a fiança se a esp`rança perder!”

Eu vejo aqui poema encadeado

Mas nisso lhe digo não sou afamado

Tal como o primeiro lhe vou responder
*


Tenho a esperança de a não ofender

Não pague fiança que estou descansado

Não me deve nada meu muito obrigado

E dê a resposta como lhe aprouver
*


No soneto é livre, a João é que sabe

Eu mantenho a forma que a mim não me cabe

Mandar-lhe palpites como o moldar
*


Também desse modo se vê a grandeza

A forma e a graça e à volta a beleza

Ficando a coroa com outro brilhar
*

Custódio Montes
*

31.10.2021
***


4.
*

"Ficando a coroa com outro brilhar"

Capaz de encantar e ficando tão boa

Que quase atordoa quem venha a passar

Se acaso a olhar e ouvir como soa
*


E ao vê-la a pessoa terá de parar

Pois é singular e nada em si destoa;

Do Minho a Lisboa, num vaivém sem par,

Vamos conversar até que a voz nos doa!
*


Se o verso ressoa e nos corre nas veias

Em suaves colcheias mas sempre a correr,

Quem o vai deter? Estas vagas vão cheias,
*


Moldem-se as areias como se entender!

Já consegui VER as antigas sereias

E então convoquei-as pra virem cá ter
*


Mª João Brito de Sousa

31.10.2021 - 14.00h
***
5.
*

“E então convoquei-as pra virem cá ter”

Sereias poetas? Nunca tinha visto

Mas vejo agora e então não resisto

De vir ao poema para as poder ver
*

A vista de facto está a prometer

Ter esta visão é bonito, insisto

Outro patamar a olhar eu conquisto

Que ao redor a vista já dança a correr
*


Somos dançarinos num belo salão

Menina uma dança ? Vai ver que verão

Um par campeão com todos a olhar
*


A prega da saia e os cabelos ao vento

E nós dançarinos com todo o alento

Todos com inveja deste lindo par
*

Custódio Montes

31.10.2021
***

6.
*

"Todos com inveja deste lindo par"

Tentam melhorar um nadinha que seja

Que se assim se almeja, tudo irá mudar;

Dança-se a voar no canto que nos reja!
*


Roda e rumoreja quem queria dançar

E fica a olhar aquele que se proteja

Da dança vareja que zumbe no ar...

Depois de acabar, chega o que a corteja;
*


Chegou tarde, veja, mas não chore, não,

Que outras mais virão e, se não for embora,

Pode entrar agora que não entra em vão!
*


Não tem dimensão e nasce a qualquer hora

A dança/cantora. Eis a sedução

Que desta canção se fez compositora...
*


Mª João Brito de Sousa -

31.10.2021 - 16.00h
***

7.
*

“Que desta canção se fez compositora…”

Compôs muito bem cada vez com mais brilho

Mas eu não componho que arranjo sarilho

Mas vou aprumar a minha voz cantora
*


Treino um minuto depois meia hora

E volto à mesma sigo o mesmo trilho

Eu cantar adoro cantar é rastilho

Engrandece a alma fá-la sedutora
*


Formamos um grupo, grupo de primeira

Compõe a João e eu à sua beira

Afino a voz e dou tom à canção
*


Corremos as feiras e os campos em flor

Com muita alegria e cheios de amor

Que faz bem à alma e gosta o coração
*

Custódio Montes

31.10.2021
*

8.
*

"Que faz bem à alma e gosta o coração"

De quanta paixão possa levar-lhe a palma

Enquanto o acalma e equilibra a tensão,

Como a actuação sobre um palco de Talma
*


Não me falta a alma, mas tenho a impressão

De faltar-me o chão se não rimo com calma

E aqui se me espalma o talento. A razão

É a reacção à palavra que acalma,
*


E volta-se à alma que já desgatada

Pouco dança ou nada pois não se conforma

Com a fuga à norma. Retoma agastada
*


A roda e... coitada, pensa na reforma...

Mas a dança amorna e já mais consolada

Esquece a falta dada, não mais se transtorna.
*


Mª João Brito de Sousa

31.10.2021 - 17.15h
***

9.
*

“Esquece a falta dada, não mais se transtorna”

Corre sempre em frente, corre rodopia

A dançar esbelta com muita alegria

Quer no passo dado quer como se adorna
*


Anda pela pista de volta a contorna

E cresce em grandeza, cresce em fantasia

O povo a olhar toda aquela magia

Num passo de dança com que ela retorna
*


Se a vista parasse não podia olhar

Este rodopio dum doce bailar

Quem vê não é cego vê bem e não mal
*


Vê as maravilhas duma bela dança

Olha sempre em frente, olha e não se cansa

Vê a dançarina vai ao arraial
*

Custódio Montes

31.10.2021
***

10.
*

"Vê a dançarina vai ao arraial"

E nem leva a mal quando ela desafina;

Se ela desatina, porém, é normal

Tornar-se formal e esquivar-se à ladina.
*


Dança ou não, menina? Quem dança afinal,

Neste virtual? A sentir não se ensina,

Mas a bailarina surge tão real

No palco ideal que esta dança domina...
*


Já desce a cortina mas é cedo ainda

E a dança não finda enquanto um de nós

Tiver garra ou voz e se a voz for bem vinda
*


Estamos na berlinda mas não estamos sós;

Seremos avós da canção que se alinda

Ao tornar-se infinda, suave e tão veloz?
*


Mª João Brito de Sousa

31.10.2021 - 19.20h
***

11.
*

“Ao tornar-se infinda e suave e tão veloz?”

E a fugir tanto parece uma ave

A voar os céus ao longe sem entrave

Os sons se ouvindo em canto de alta voz
*


E nessa orquestra cantando só nós

Destoando o canto como é suave

Baixamos o tom e mudamos a clave

E ninguém nos ouve cantamos a sós
*


Estamos malucos com esta vaidade

Mas o sonho avança por qualquer idade

Que poeta e louco qualquer pode ser
*


Tendo disso um pouco vamos avançar

Cada dança nova deve-se dançar

Andemos na roda sem nos esconder
*

Custódio Montes

31.10.2921
***

12.
*

"Andemos na roda sem nos esconder"

Da chuva a bater e do vento e da poda

Que é cáustica soda que nos faz arder...

Andemos a ver, pois, se esta festa toda
*


Deixa de ser moda pra quem entender

Que um` outra qualquer bem melhor se acomoda

Pra dar azo à boda sem surpreender

Quem nela estiver e quem ainda a açoda.
*


Se alguém se incomoda porque as notas soam

Altas que atordoam, paciência! Amanhã

Volta o nosso afã das canções que atroam
*


E estas notas voam numa dança sã

Como uma romã. E se hoje se me escoam,

Sei que me perdoam; não sou um titã...
*


Mª João Brito de Sousa

31.10.2021 - 21.00h
***

13.
*

“Sei que me perdoam; não sou um titã...”

Nem tenho que o ser, dançarei ao meu jeito

Na rua em casa ou quando me deito

Vou dormir agora mas volta amanhã
*

Vejo a dançarina como uma irmã

Discuto com ela muito me deleito

Porque é minha amiga, amiga do peito

E dança comigo com todo o afã
*

Com olhos a vejo e assim me regalo

Vou calar me agora e amanhã lhe falo

Também fecho os olhos mas quero-a ver
*

A dançar no baile toda enfeitada

É bom que a veja que é engraçada

Melhor tê-la à vista que ela se esconder

*

Custódio Montes

31.10.2921

***

14.
*

"Melhor tê-la à vista que ela se esconder"

Sem deixar-se ver e por muito que insista,

Perdê-la na pista pra me não perder...

- Eu pude escolher. Que uma Musa me assista
*

 

Na rota imprevista em que lanço o meu ser

De olhos inda a arder. Sendo a protagonista,

Sinto-me optimista, não me vou render;

Se Morfeu me quer, que espere ou que desista!
*


Cantemos a vista qu`inda bem despertos

Estão meus olhos certos de irem num repente

Até mais à frente fazer uns acertos
*


E vão, entre apertos, até onde a mente

Concede ou consente; bosques ou desertos

"A vista contempla de olhos abertos".
*

 

Mª João Brito de Sousa

31.10.2021 -23.00h
***

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

02
Nov21

SONETO DA INTEMPORALIDADE

Maria João Brito de Sousa

IA 2.jpeg

"Sem Título" - Tela de minha autoria

SONETO

DA

INTEMPORALIDADE
*

 

Aqui não há passado nem futuro;

O presente é fieira que não finda

E não tem de passar por nenhum furo

Embora a agulha disso não prescinda
*


E disto estou seguro, tão seguro

Quanto de não haver ninguém que cinda

A ponta que se afasta e que conjuro

Como se o tarde cedo fosse ainda...
*


Onde não há princípio nem há fim

Sou tudo e não sou nada. Este ínterim

É somente ilusão. Paradoxal?
*


Talvez sim, talvez não, talvez talvez,

Já não quero saber de outros porquês;

Quem mede esta meada intemporal?
*

 

Mª João Brito de Sousa

01.11.2021 - 10.30h
***

Sonetos da Matrix

 

01
Nov21

SONETO FANTASMA

Maria João Brito de Sousa

soneto fantasma.jpg

SONETO FANTASMA
*


Da memória do signo renascido

Venho agora por trilhas de mistério

Espalhar este meu sal de deus perdido

Que em tempos sonhou ser um deus a sério.
*


Se te fizer sentido, faz sentido,

Se te não faz sentido eu ser etéreo

Serei um deus em cacos destruído,

Caído, como cai qualquer império.
*


Não sei bem se estou morto ou se estou vivo,

Se sou, ou não, impulso criativo

Que recusou a morte e que prossegue.
*


Vigio-vos ainda, inda vos prendo

A tudo o que analiso e compreendo;

Vivo de ir assombrando o que me negue!
*

 

Mª João Brito de Sousa - 01.11.2021 -09.30h

***

 

Sonetos da Matrix

 

 

 

31
Out21

SONETO DO TODO-PODEROSO MERCADO

Maria João Brito de Sousa

SONETO DO GRANDE MERCADO.jpg

SONETO

DO

TODO-PODEROSO MERCADO
*


Venho roubar-te, ó Arte, a eternidade!

Tudo o que ousaste ser te cobro agora,

Excepto, talvez, o que de ti se evade

E depressa se evola e se evapora...
*


Deixo-te uma ilusão de liberdade,

Que só essa ilusão por cá vigora;

Levo-te o leito, a casa e a cidade

E até o tempo roubo, hora por hora.
*


Vesti a tua pele inacabada,

Qual terrorista, não te deixo nada

Senão o que do nada fores criando
*


Na condição de te fazer saber

Que tudo o que concebas vai morrer

Às mãos do Tempo que o vai devorando.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 30.10.2021 - 11.00h
***
Sonetos da Matrix

28
Mar14

SONETO A UMA LONGA, FRIA, FEIA E ESCURA TARDE DE CHUVA - Alegoria... e não só.

Maria João Brito de Sousa

 

 

(Em decassílabo heróico)

 

 

 

 

 

Pr`a quê cantar a jovem Primavera

 

Que nos não traga, acesa, a claridade

 

Que emite, lá no alto, a rubra esfera

 

Assim que se ergue e brilha em liberdade?

 

 

 

De que terá servido a longa espera

 

Se a chuva nos roubar, pela metade,

 

Um céu que esconde um sol que mal tempera

 

Um dia que nasceu sem qualidade?

 

 

 

E, sob intensa chuva, a tarde fria

 

De que hoje vou falar, nem sei porquê,

 

Faz crer que o próprio verso se arrepia

 

 

 

Se, na estrofe final, disser que crê

 

Que mais depressa brilha um novo dia

 

Pr`a quem, no que se vai, tanto mal vê…

 

 

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 27.03.2014 – 17.37h

18
Mar13

GESTO PONTUAL

Maria João Brito de Sousa

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

Garante-me o dorido, insone dia,

Um momento qualquer de insurreição,

Um vislumbre de clara epifania,

Um grito de revolta ou de paixão,

 

Mas sei que tanto faz! Tanto daria

Dizer ou desdizer… contradição

Seria querer extrair desta agonia

Labor que merecesse a criação.

 

Buscando, no mais fundo de quem sou,

Razão pr`a me lembrar do que restou

Dos mil versos vibrantes que criava,

 

Redescubro, na força que os gerou,

Um gesto pontual que se lembrou

De eclodir sob a forma de palavra.

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 06.03.2013 - 18h

 

 

 

IMAGEM – “The Weeping Woman”, Pablo Picasso, 1937

 

21
Nov12

MAIS UM PROTESTO - Soneto de nove sílabas métricas

Maria João Brito de Sousa

Mil protestos `spontâneos, mas sábios,

Vêm desde o mais fundo de mim

Sem que os vá “recortar” de alfarrábios,

Sem sonhar se os lerão mesmo assim…

 

Meus protestos são feridas gritadas

Sobre a crosta arrancada dos dias,

A correr, por aí, de mãos dadas

C`o prenúncio do fel de agonias!

 

Sabereis quanta gente aqui morre

Sem ter leito onde encoste a cabeça?

Cuidareis, todos vós, dos “sem nome”?

 

Qual de vós, “milionários”, discorre,

Sem que uma autocensura o impeça,

Sobre o mal desta impúdica fome?

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 21.11.2012 – 18.22h

 

 

 

Imagem retirada da net, via Google, sem registo de autor

17
Out12

UM SONETO MANUSCRITO

Maria João Brito de Sousa

 

Debulho-me em palavras… nunca choro

Senão estes sinais de tinta preta

Que traço quase sempre em linha recta,

Cuja meta me escapa e nem decoro.

 

Se pelas gargalhadas me demoro,

De novo outros sinais, traçando a meta,

Se impõem mal o riso me intercepta

E, atrás, surgirão mais, fazendo coro…

 

Se sinto – e tudo sinto intensamente! –,

São aos milhares, pulando, à minha frente,

Esses infindos signos do sentir

 

Que imprimem no papel, profusamente,

As mesmas emoções que tanta gente,

Sem tempo pr`ás provar, deixou fugir…

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 17.10.2012 – 19.41h

04
Out12

UM SONETO "POR ACASO"

Maria João Brito de Sousa

Abreviada a voz, repenso o gesto

E ressurge a palavra indesmentida

Exactamente aonde a mão estendida

Recolhe o claro fruto e aparta o resto.

 

Sorrio enquanto estendo o velho cesto

Na direcção da coisa pressentida

E vislumbro, entre folhas, bem escondida,

A forma de um soneto franco, honesto.

 

Assim contemplo, colho e guardo acasos,

Esperando cada um de olhos já rasos,

Cumpridos sem temor, sem loucas pressas

 

E, garanto, esse acaso então parece

Estar pronto a responder-me à estranha prece

Sem ter feito, sequer, quaisquer promessas…

 

 

Maria João Brito de Sousa – 04.10.2012 – 16.06h

23
Set12

SONETO PARA SAUDAR OS AMIGOS QUE ME ACOMPANHAM

Maria João Brito de Sousa

Trago nas mãos o mesmo que tu trazes,

Uns pós de um quase nada que não usas,

Um punho, erguido aos dias mais audazes,

E um punhado – infalível! - de recusas…

 

Grito nas ruas, escrevo-me em cartazes

E exalto-me na cor de tantas blusas

Que ninguém sonhará a quantos “quases”

Reconduzo estas lutas inconclusas…

 

Devo, porém, dizer-te que fraquejo,

Que, embora corpo e alma, o meu desejo

Seria ir muito além do que consigo…

 

Que importa?! Ele surge sempre um novo ensejo;

Se me parece pouco o que em mim vejo,

Sempre há-de ser maior por estares comigo!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 23.09.2012 – 19.14h

19
Set12

A JUSTIFICAÇÃO DE UMA FLOR

Maria João Brito de Sousa

Das pétalas me irrompe uma só pressa;

Estender-me, transparente, intacta e pura,

Entre outras flores que a morte não segura

Antes que a Primavera se despeça…

 

 

Não sei se é pertinente, ou vos interessa,

Que fale de quem sou, nesta loucura

Em mim, tornada “eterna enquanto dura”,

Mas que, em murchando, em mim se reconheça.

 

 

Interesse, ou não, só nela me defino!

Sou ponte a florescer sobre um destino

Que pode, ou não, ser meu… pouco me importa!

 

 

Persigo-me a mim mesma em desatino

E só sei serenar se me imagino

Comemorando a flor, depois de morta.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 19.09.2012 – 21.03h

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