Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores.
...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
No final destes sonetos que hoje dedico aos meus amigos de quatro patas e penas, deixo-vos alguns links que permitirão a vossa entrada na Academia Virtual de Poetas e Escritores, de que passei a ser membro desde o dia de hoje, por amável convite da Presidente Fundadora, a poetisa Efigênia Coutinho.
É com muita honra que aceito fazer parte deste maravilhoso grupo de Poetas e Escritores Lusófonos.
Um enorme abraço para todos vós!
O REINO DA ETERNA PRIMAVERA
Se um dia eu tiver fome… eu terei fome,
Mas “Eles” só a terão depois de mim!
Eu distribuo o pão até ao fim
Por estes que me sabem mais que o nome.
Esta norma absoluta, urgente, enorme,
Faz com que tudo seja sempre assim
No reino onde semeio o meu jardim,
Onde nasce o poema e o corpo dorme…
E tanto falta! Tanto vai faltando,
Que quem por aqui passe e não me entenda
Pode pensar que só a fome impera…
Mas tanto afecto a nós nos vai sobrando,
Quanto amor nasce assim, sem encomenda,
Neste reino onde sempre é Primavera!
AQUILO QUE NUNCA MUDA
Serei sempre obstinada em meus afectos!
Aquilo em que acredito, nunca muda
E não há teoria que me iluda
No que toca aos amores que são concretos.
Eu amo esta família construída
Sobre alicerces de aço bem temperado
E se algum deles partir, será chorado
E eu ficarei mais pobre nesta vida.
São animais, bem sei… são cães, são gatos,
São pombos que deixaram de voar,
São pedaços de mim que a mim voltaram…
Não serão nunca meros artefactos,
Nem “peças” que eu usei p`ra descartar
Quando as conveniências mo ditaram…
A MAIS QUERIDA DE TODAS AS MÃES
Nunca me falta essa ternura mansa
Das horas do carinho e brincadeiras
Em que reinventamos mil maneiras
De mudar a miséria em abastança…
Nunca me faltam as cumplicidades
Nem a dedicação de um meigo olhar
Nas horas que dedico a partilhar
Carícias que alimento de verdades…
Sorrio, então, feliz! A plenitude
Está nesse eterno amor que não se ilude
Pois é constante ao longo de uma vida…
Falo-vos dos meus filhos não-humanos
Que vivendo comigo há tantos anos
Me fazem sentir sempre a “mãe” mais querida.
MEMÓRIAS DA ALVORADA DOS MEUS DIAS
São coisas da alvorada dos meus dias…
Nesse tempo em que andava no liceu
Eu descobri que poucos como eu
Sabiam praticar as teorias…
Ah! Todos tinham mil filosofias!
Segundo muito bem me pareceu
Todos sabiam desse Prometeu
Que havia procurado as mais valias…
Mas quando questionar-se era punido,
Já “fiava mais fino” e tinham medo,
Abafavam de pronto esses anseios…
[Não fosse Zeus, irado, ter prendido
O pobre Prometeu ao tal penedo
Onde concretizou seus mil receios…]
Sonetos dedicados aos meus “filhotes” de pêlo e penas que tanto têm colaborado no meu crescimento e amadurecimento enquanto pessoa.