Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
12
Mai10

TELA II

Maria João Brito de Sousa

Sei-me das densas cores que em mim pintares.

[meu corpo, todo, em esdrúxulos prazeres

na anunciação daquilo que quiseres

porquanto serei quanto em mim criares…]

 

Se, acaso não vieres, se desdenhares

Tão serena brancura, ou não puderes…

Serei a branca tela que não queres,

Aquela que te espera até voltares.

 

O risco, a cor, o traço… a tábua rasa

Do desconcerto interno que define

Meus passos – nunca inúteis – neste mundo,

 

Sei-me de branca tela, ardendo, em brasa…

Mas, como cada coisa, algo sublime

Que sabe – ainda… – ser ventre fecundo.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa  - "Puberdade", Pastel de Óleo, 1999

27
Abr10

TELA

Maria João Brito de Sousa

Serenamente pinto os amanhãs

Do grito azul da forma inacabada

E o meu eixo lunar das horas vãs

Afasta-se, por fim, da antiga estrada

 

Talvez depois um rio venha abraçar-me

Na transversal de um tempo por nascer

Ou talvez seja tempo de encontrar-me

Onde antes me pensei vir a perder

 

Serenamente azul, deponho um verso

Junto à campa de um sonho que morreu

Nos braços virtuais de cada estrela

 

Serenamente tomo o rumo inverso

Do sonho matinal que se perdeu

No branco intemporal da velha tela

 

 

Maria João Brito de Sousa - 27.04.2010

 

 

 

08
Abr10

OLHAR PARA TRÁS, SEGUINDO EM FRENTE

Maria João Brito de Sousa

 

Olhei-te e, nesse olhar que vem de dentro,

Descobri forças e fragilidades,

Amores, desilusões, cumplicidades,

Nas mil nuances desse humor cinzento…

 

É nesse teu olhar que agora enfrento,

Que eu, que não sei dizer senão verdades,

Descubro o intruso gérmen das saudades

Desabrochando em verbo e sofrimento.

 

Mas o tempo passou. Cristalizado,

Foi ficando p`ra trás esse passado

Quando lançada à terra outra semente

 

E quero lá saber que o resultado

Me possa até magoar! Maior pecado

Seria andar p`ra trás, olhando em frente.

 

 

 

 IMAGEM - MENINA LOROSAE, Maria João Brito de Sousa, 1999 (vendido)

21
Mai09

JUST A FROZEN MOMENT...

Maria João Brito de Sousa

 

 

Pois é... não sei o que me deu ontem, ao fim da tarde mas, em vez de soneto, começou a nascer uma tela... ainda não vai nem a meio e é apenas um "momento congelado", como o nome indica. Mas que nasceu, nasceu! É por isso que hoje, em vez de soneto, fica este pormenor do que virá a ser "Just a Frozen Moment"...

01
Mar09

FORA DO SISTEMA...

Maria João Brito de Sousa

 

Este post vai ser publicado com a opção “pré-datação” e constantemente actualizado em termos de horário, de forma a que, quando esteja visível possa significar que fiquei sem acesso à internet.

Tenho, com efeito, um acesso de banda larga, USB, da TMN em atraso de pagamento. Não houve desleixo. Houve apenas uma tentativa de chegar até onde pudesse e, por vezes, um pouco além. De ser profunda e intensamente “Eu mesma”… aquela qualidade da qual Deus, mais tarde, me pedirá contas…

Penso que não seja novidade para ninguém que estou a auferir de um subsídio da Segurança Social, no valor de 181,91€… foi aumentado, este ano, para 187 e alguns cêntimos de que não consigo, neste momento, lembrar-me com matemática exactidão. A Crise, – o raio da crise! – pelos vistos, anda a fazer grandes estragos em muito boa gente e as beneméritas que me auxiliavam com os animais não lhe escaparam… diminuíram consideravelmente os donativos para o “hospital veterinário” aqui do 4º Frente.

Também não é novidade – penso eu… - que de vez em quando tenho de comer qualquer coisinha. Opto, quase sempre, por uma sopa ou uma meia-de-leite no cafezinho da esquina, por razões que, a mim, me parecem óbvias… mas que talvez só o sejam… para mim. Para mim que pago, sozinha, as contas de água, de gás e de electricidade. Para mim que tenho de distribuir pelas 24 horas que os dias ainda têm – pelo menos para mim e para os animais que comigo coabitam… - o cuidado, higiene e tratamento de 15 criaturas vivas. Contando comigo.Para mim que, estando em casa, não paro um minuto para descansar porque assim o exige esta minha pequena multidão. Para mim que, de alguma forma, estou convicta de ter sido algo dotada em termos de escrita e traço e me encontro, portanto, na obrigação moral de partilhar esses dons. Para mim que, muito ao contrário do que possa parecer, até não sou estúpida de todo e considero que uma vida vale muito mais pela sua qualidade do que pela sua quantidade. Para mim que me sinto, também, na obrigação – alegre obrigação porque é com muito gosto que dialogo através da escrita – de responder aos comentários que diariamente vão deixando nos meus blogs

E, quantas vezes, não tenho de “inventar” horas sobressalentes para “colar” aos dias em que, ininterruptamente, trabalho . Todos os dias.

 

Toda esta prosa para vos dizer que o meu acesso à internet foi cortado, que tenho mais dívidas do que aquelas que gostaria, sequer, de imaginar e que não senhor. Não sou calona nem gastadora. Desenganem-se os descrentes. Não uso a internet para me divertir ou namorar. Não vejo filmes. Não jogo jogos. Não.

 

Eu tive, sempre, a certeza – ou a ilusão? – de ter usado a internet para trabalhar. Para crescer enquanto ser vivo e para, na minha opinião, contribuir para que outros pudessem melhorar um pouco. Penso ter dado o meu melhor. Penso que nada mais – e nada mais importante – se pode exigir a um ser humano. Malgré tout.

 

FORA DO SISTEMA.

 

 

 

PS - Dentro ou fora do sistema, seja qual for a minha orientação espacial ou espácio-temporal, estarei, sempre, profundamente grata a todos os que contribuíram - muito ou pouco, não interessa! - para que os meus dias online não tivessem terminado mais cedo.

Um muito obrigada e um grande abraço de cometa.

 

 

 

 

... era uma vez um cometa que passou e deixou, atrás de si, algumas centenas de sonetos, muitos abraços - todos os que tinha -, sorrisos, algum espanto e também algumas lágrimas.Porque é este, afinal, o destino de todos os cometas.

 

 

 

 

 

 

 

 

26
Ago08

AUTO-PRESERVAÇÃO

Maria João Brito de Sousa

 

Meu estranho, independente, ousado Ego,

Os mundos que me impões são sem fronteiras!

Incitas-me, nas horas derradeiras,

A viagens sem fim que nunca nego!

 

Meu Ego em mil constantes mutações,

Mantendo, em mim, perfeita unicidade,

A rir das rédeas presas da vontade,

Alheio às mais prementes tentações...

 

Cósmico Ego, disperso em coisas tantas,

Que todo-poderoso me comandas

Ignorando esta humana imposição!

 

Meu Ego (esse indif`rente ao que eu consigo...),

Nem sei se complemento ou inimigo

Da minha natural preservação...

 

Imagem - "Os Guardadores de Luas"

                 Óleo sobre Tela, 100x60cm

                 Maria João Brito de Sousa, 2006

 

15
Ago08

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Maria João Brito de Sousa


*

Eu já morei nos longes de outros tempos,
Já enfrentei dragões, sendo moinhos,
E vi, com meus dois olhos, os caminhos
Que levam das mil glórias aos tormentos.
*

Morei em esconsas celas de conventos,
Conheci mil palácios, provei vinhos,
Travei batalhas, lavrei pergaminhos
Sem me render ao medo, aos desalentos.
*..

Ergui, da areia, as pedras de Gizé,
Morri mil mortes, matei outras tantas...
De tudo o que eu criei, perduram sonhos;
*

A humana condição é como a fé
Na estranha lucidez que nos comanda...
Surdos, mudos e cegos... mas risonhos!
*

Maria João Brito de Sousa - 15.08.2008 - 19.18h

 

Imagem - "Ensaio Sobre a Cegueira" , 103x73cm

                 Técnica mista

                  Maria João Brito de Sousa , 1999

11
Ago08

AUTOBIOGRAFIA

Maria João Brito de Sousa

O mundo tem direito, eu não o nego,

A qu`rer saber dos passos que vou dando,

Dos versos que já fiz e vou deixando;

São as contas de mim que ao mundo entrego...

 

Mas pretendo criar! Peço sossêgo!

Eu nada mais procuro e, não sei quando,

Hei-de partir, ainda procurando

As causas do meu estranho desapego...

 

Se o mundo quer saber, eu tudo digo;

A minha transparência é um abrigo

Por muito que penseis ser o contrário

 

Pois só canto o que sonho, o que vivi,

E, sendo deste mundo, eu ando aqui

Cultivando o meu próprio imaginário...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 11.08.2008 - 16.05h

 

 

Imagem - "Mulher em Molho de Luar"

                 Pastel de Óleo (entre vidros)

                 Maria João Brito de Sousa, 1999

 

Soneto dedicado ao Poeta António Codeço que, agora mesmo, mo sugeriu, ao falar-me da hipótese de

escrever uma Autobiografia e à minha amiga Ligeirinha que com ele se sente identificada.

10
Ago08

O CAOS

Maria João Brito de Sousa

 

 

É o modelo vivo da desordem,

A descrição geral do desconforto,

Mas, apesar de parecer já morto,

Vive tal como os outros que se mordem.

 

Pouco ou nada lhe importa que discordem

Da sua estranha vida e, porque é "torto",

Já nem sequer procura abrigo ou porto

E despreza atenções dos que lhe acodem.

 

Que não ouse ninguém repreendê-lo!

Irado e já tomado de impaciência,

Pode mesmo chegar a destruir,

 

Mas, se esse alguém puder compreendê-lo,

Ele abre uma excepção e faz cedência

Do Adão que foi gerado em seu sentir...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 10.08.2008

 

Imagem - "Escorço - Grande Pintora a Lápis de Cor"

               (pormenor)

               Maria João Brito de Sousa - 2007

23
Jun08

GESTAÇÃO FLORAL

Maria João Brito de Sousa

Um abraço, um sorriso, um beijo breve,

Um poema a nascer desse momento,

Numa manhã que traz um novo alento

A quem, de tanto dar, já nada deve...

 

À força de sonhar, quem tanto escreve,

Alimenta de sonho o seu talento

E distribui depois esse alimento

Como se a própria dor lhe fosse leve

 

E nasce um novo dia, uma promessa,

Nessa flor de ideais que recomeça

Na estranha imposição da nova ideia

 

Na palavra engendrada - uma raiz -,

Floresce, desabrocha, é tão feliz

Quanto a força que a fez e que a norteia!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 23.06.2008 - 12.26h

 

(Agora mesmo, directamente no post)

Imagem - Gestação Floral - 100x70cm

Pastel de Óleo e Acrílico - Maria João Brito de Sousa 1999

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!