NEM SE ME RESTAM FORÇAS...
NEM SE ME RESTAM FORÇAS...
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"O sol se iluminasse. E fosse breve"
Este cansaço imenso que me prende
A mão que quer escrever e nada escreve,
A Musa que fraqueja e que se rende
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Esquecida já do tanto que me deve
Ou, de longe, dizendo que me entende
Tão só quando o que peço seja leve
Qual pequenina chama que se acende...
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Sendo porém complexo o que lhe exijo
E pesada a tarefa de o escrever,
Recolhe, exausta, a Musa ao esconderijo
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A que não chego por desconhecer
O peso das palavras que redijo
Nem se me restam forças prás colher.
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Mª João Brito de Sousa
01.01.2023 - 16.20h
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Soneto criado a partir do último verso do soneto ESCREVEMOS DOCEMENTE de Fernando Echevarría, no blog A MATÉRIA DO TEMPO