25
Jun18
NAS ARTÉRIAS E VEIAS DA CIDADE
Maria João Brito de Sousa
NAS ARTÉRIAS E VEIAS DA CIDADE
O sangue inunda as veias da cidade
Vindo da fonte humana que o contém,
E só por uns instantes se detém
Para beber um copo na Trindade,
Para dizer bom dia a quem lá vem,
Pra dar-se num abraço de saudade,
Pra comer uns natinhas em Belém,
Ou na Avenida que é da Liberdade.
Corre o seu sangue em puro descompasso
Do Marquês ao Terreiro que, do Paço,
Passou a ser do povo que é sa(n)grado,
E nessa imensa/infinda hemorragia,
Esvai-se a cidade inteira, dia a dia,
Ao som das mansas notas do seu fado.
Maria João Brito de Sousa – 22.06.2018 -15.48h