SEGUNDA CARTA ABERTA A UMA MUSA INEXISTENTE
SEGUNDA CARTA ABERTA A UMA MUSA INEXISTENTE
*
O que é feito de ti? Por que partiste?
Nunca a ti te falhei; mesmo doente
Dei-te toda a atenção que me pediste
E se uma vez ou outra te fiz frente
*
Foi porque demasiado me exigiste
E, às tantas, te tornaste prepotente...
Repara que o poema em mim persiste,
Embora a tua voz lhe esteja ausente,
*
O verso seja fraco e lasso e triste
E apenas pra mostrar que não desiste
Teime em dizer-se, assim, penosamente,
*
Como quem perde a força, mas resiste,
E admite que, afinal, a musa existe,
Mesmo quando lhe chama inexistente.
*
Maria João Brito de Sousa – 26.08.2018 – 11.31h