Maria João Brito de Sousa
SONETO INVERTIDO
(A quatro mãos) *
Revolução! Direi a vida inteira!
Só pra te ver na luta, na trincheira,
Com teus versos em punho, de plantão! *
Não para impor qualquer ideologia,
Mas pra, também, matar a hipocrisia
Que dá vida e nos prende à Tradição! *
Jay Wallace Mota - Óbidos, Pará, Brasil
*
Que sempre que a tristeza nos invade,
Nos possamos lembrar que é na mudança
Que os povos devem pôr a sua esp`rança,
A sua força, a sua identidade *
E que há Verdade, ainda que a verdade
Use as sujas mordaças da finança
Que a desmente sem pejo. Quem avança?
"Quem aqui venha pela Humanidade"! *
Maria João Brito de Sousa - Oeiras, Lisboa, Portugal
14.12.2021 ***
publicado às 11:21
Maria João Brito de Sousa
IMPÔS-SE A RAZÃO ACIMA DAS RAZÕES
Houve no céu farrapos escurecidos
Que calaram o sol com a cortina
Que desceu sobre os dias então idos
Sem haver neles débil lamparina
E foram dias, meses, tão temidos
Sem neles perceber luz cristalina
Asfixiando medos e gemidos
Que este fogo ateavam em surdina
E quantos mais passavam mais queimava
Mais me faziam triste e me inflamava
Ateando em mim a chama da razão
Porém, porque a razão se impôs acima
De todas as razões, um raio anima
E brilhou de luz plena de clarão
MEA
24/11/2016
DEPOIS DA TEMPESTADE...
"Houve no céu farrapos escurecidos"
E calaram-se as musas que, assustadas,
Procuravam seus versos diluídos
No vapor dessas nuvens tão cerradas.
"E foram dias, meses, tão temidos"
E foram tantas noites acordadas
Que os versos lhes murcharam, já esquecidos,
E as rimas se renderam, já cansadas.
"E quantos mais passavam, mais queimava"
Aquela frustração que as dominava
Depois de tanto os procurar em vão,
"Porém, porque a razão se impôs acima",
O Sol voltou a expor-se em cada rima
Dos versos semeados pelo chão.
Maria João Brito de Sousa - 25.11.2016 -11.24h
publicado às 10:30