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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
08
Mai21

QUANDO VIERES POR MIM - Coroa de Sonetos - Maria João Brito de Sousa e Laurinda Rodrigues

Maria João Brito de Sousa

o último anjo.jpg

QUANDO VIERES POR MIM
*
Coroa de Sonetos
*

Maria João Brito de Sousa e Laurinda Rodrigues
*
1.
*


Quando vieres por mim, logo à noitinha,

Com o teu negro manto aveludado,

O teu trágico ceptro de rainha

Não me acharás tremendo ajoelhado;
*

 

Estarei escrevendo a derradeira linha

Do terceto final deste meu fado

Que mais ninguém lerá. Quem adivinha

O futuro de um verso assim negado?
*

 

- Volta num outro dia... ou mês, ou ano!

Olhar-me-ás atónita, bem sei,

Pois nada disto estava no teu plano...
*


Pressuporás que também eu sou rei

E partirás pra não causar-me dano;

Se dano houve, eu próprio o provoquei.
*

 


Maria João Brito de Sousa - 05.05.2021 - 13.12h

***

2.

"Se dano houve, eu próprio o provoquei"

morbidamente quase, quase louca...

Que sensação perversa que inventei

quando, em vez de beijar, mordi a boca.
*

E, com os lábios fechados, intentei

dizer palavras que tem eco a ôca

porque, sem ter pincel, assim pintei

as telas que da vida são já pouca.
*


Se querem ver-me apenas na roupagem

no corte de um cabelo, estilo pagem

e na curva da anca desnudada,
*


Recomendo que venham de passagem

porque eu sou vento, nunca fui aragem:

Voo sem asas seja bruxa ou fada.
*

Laurinda Rodrigues
***

3.
*

"Voo sem asas seja bruxa ou fada",

Far-te-ei levitar quando eu quiser

E quando me trespassa a tua espada,

Só por instantes me verás sofrer;
*


Terei morrido um pouco, um quase nada,

Pra noutro quase nada reviver...

Sei bem que voltarás, que é denodada

A tua força e enorme o teu poder.
*


Venci-te quatro vezes, mas sei lá

Qual de nós vence a próxima batalha...

Sei bem que não és boa nem és má,
*


Que, ao matar, não cometes uma falha,

A menos que te encontres com quem vá

Tecendo a própria Vida, malha a malha.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 05.05.2021 - 15.50h
***

4.
*

"Tecendo a própria Vida, malha a malha"

é o que fazemos todos, distraídos...

Às vezes, serenidade é que nos falha

para saudar a morte, divertidos.
*


Tratam a morte como fora tralha

porque acabou o gozo dos sentidos;

mas afinal o corpo é que atrapalha:

o corpo é o centro dos gemidos.
*

 

Glorifiquemos, pois, a nossa alma

que tem, em si, potencial da calma

que atravessou o medo de morrer...
*


Não tratemos o medo como um trauma!

Olha a linha da vida em tua palma

e vais contar os anos para viver!
*


Laurinda Rodrigues
***
5.
*

"E vais contar os anos pra viver(!)"

Embora esteja, a minha, retalhada

E tão sumida que a mal posso ver,

Se bem que já não veja quase nada...
*


Só nestes dedos meus posso inda crer

Já que, encontrando a tecla procurada,

Vão imprimindo o verso que nascer

Da minha mente sempre apaixonada
*


Por palavra plasmada numa ideia

Cuja sonoridade ecoe em mim,

Depois... de novo a chama me incendeia
*


E tudo ocorre exactamente assim;

Qual borboleta em torno de candeia,

Vou viver deslumbrada até ao fim!
*


Maria João Brito de Sousa - 05.05.2021 - 20.53h

***

6.
*

"Vou viver deslumbrada até ao fim":

O caminho é tão belo, que antevejo

reencontrar, bem perto de mim,

aqueles a quem quisera dar um beijo.
*


E, numa dança nua, sem que o pejo

venha repudiar-me ser assim,

eu, a deslumbrada, só desejo

ter o perfume doce de um jasmim.
*


E, perfumada a flor, mesmo distante,

irão reconhecer-me nesse instante

porque a morte não mata a identidade.
*

 

Medo? Afinal, é medo de um mutante

que percorreu a vida como errante

sem saber até hoje O QUE É VERDADE.
*

Laurinda Rodrigues
***

7.
*

"Sem saber até hoje o que é VERDADE"

Vivemos todos nós, ó morte certa;

É, na verdade, eterna a descoberta

Desta nossa infinita insaciedade.
*


Quanto mais se procura mais se evade

Por uma porta que está sempre aberta;

Tentar segui-la é viver sempre alerta

E conquistá-la é dar-lhe liberdade.
*


Morta, a identidade é transmutada

No bolo alimentar da própria vida;

Só a memória fica, ou não, plasmada
*


Nos que vão adiando essa partida

Pró reino da matéria inanimada

Que, tarde ou cedo, é coisa garantida.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 06.05.2021 - 11.02h

***

8.
*

"Que, tarde ou cedo, é coisa garantida"

pois, antes de nascer, quem perguntou

se eu queria ser um Ser no seio da vida

com forma do humano que é que sou!
*


Terei sido uma forma consentida

que qualquer outro Ser encomendou

e, de repente, viu-se de partida

para um ventre materno que o gerou?
*


Quero saber! Exijo que alguém diga:

tenho direitos que este mundo obriga

e o pensamento apenas não me basta!
*


Ouço uma voz, sem nexo, que desliga

entre ser uma águia ou ser formiga

como um` alma imortal que, em terra, pasta.
*

Laurinda Rodrigues
***

9.
*

"Como um` alma imortal que, em terra, pasta"?

Se é essa a tua busca, já foi minha

Quando era tão, mas tão pequenininha

Que mal recordo a minha imagem gasta...
*

 

Era uma cria humana, ingénua e casta

Filosofando como quem gatinha;

Não perguntava, lia! Quem detinha

Uma mente a quem nunca a crença basta?
*


Bem cedo o descobri; tudo é mudança!

Tudo é passagem, transitoriedade,

E apesar de ser uma criança
*


Abracei logo a relatividade,

Na evolução pus toda a confiança

E entendi que há um fim prá identidade.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 06.05.2021 - 13.17h
***

10.
*

"E entendi que há um fim prá identidade"...

Mas que fim? que razão? onde a encontraste?

É só por seres diferente da unidade

que, em tantos outros tempos, reclamaste?
*


Olhando os demais seres que já olhaste

e aceitando a reciprocidade,

em que parte de ti tu validaste

que és um Ser diferente na verdade?
*


Pergunto tantas vezes o que somos

De onde viemos e porque nos impomos

o ver nos outros o que somos nós,
*


Que já nem sei se só seremos gnomos

ou, pior!, seremos tão só momos

de extra-terrestres com a nossa voz.
*

Laurinda Rodrigues
***
11.
*

"De extra-terrestres com a nossa voz",

Talvez irmãos da Fada-dos-Dentinhos,

Primos do Quebra-Nozes que, sem noz,

Desistiu de dançar pr` assaltar ninhos...
*

 

Podemos até crer em rios sem foz,

No Lobo Mau e até nos três porquinhos,

Mas eu prefiro crer que somos nós

Feitos de nervo e carne sobre ossinhos.
*


Nunca te impus aquilo que aprendi;

Crerás em quanto entendas poder crer

E eu crerei naquilo que escolhi.
*


Extra-terreste? Não, não posso ser!

Foi no planeta Terra que nasci,

Sou, portanto, terrestre até morrer.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 06.05.2021 - 20.38h
***

12.
*

"Sou, portanto, terrestre até morrer"

mas sempre interligada com o luar

que me inspirou a Musa acontecer

sem que deixe de amar a luz solar.
*


Não faço caminhadas a correr

porque o meu corpo desistiu de andar:

estou aqui a cantar e a escrever

até deslumbramento terminar.
*

E, então, deixo invadir serenidade

no espaço do vazio dessa verdade

de ter amado tanto e ser amada...
*


Não tenho nem desejo, nem saudade:

sou toda uma expressão da eternidade

que, depois de se abrir, ficou calada.
*

Laurinda Rodrigues
***

13.
*


"Que, depois de se abrir, ficou calada"

Porque a morte é silêncio e paz imensa,

Mas, quando viva, deixaste pegada,

Como outro qualquer ser que sente e pensa
*

 

E nada disto é coisa imaginada

Que essa pegada é muito mais intensa

Do que o vôo ideal de qualquer fada

E nem o Tempo a torna menos densa...
*

 

Vês as marcas do Tempo no teu rosto?

Tal como a ti os anos te moldaram,

Também moldaste tu. Foi-te isso imposto.
*

 

Sem que o sonhasses, teus rastos ficaram;

Perduram, na alegria e no desgosto,

Os traços que os teu pés e mãos gravaram.
*

 


Maria João Brito de Sousa - 06.05.2021 - 22.32h
***


14.
*

"Os traços que os teus pés e mãos gravaram"

no chão imaginário da poesia,

mesmo depois de Ti no chão ficaram

porque de Ti ficou toda a energia.
*


Uma energia que os dias não contaram

porque não tem relógio a fantasia

nem há tempo para os traços que traçaram

a rede mágica, que ficou vazia.
*


Não há rosto com rugas no Outro Eu

que te acompanha como fosse céu

onde uma lua enorme se avizinha...
*

 

Olhas para mim? Para este corpo meu?

Achas que alguma coisa se perdeu

"quando vieres por mim, logo à noitinha"?
*


Laurinda Rodrigues
***

 

Trabalho em  pré-edição 

Reservados os direitos autorais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

22
Abr21

SINESTESIA(S) II - Coroa de Sonetos - Maria João Brito de Sousa e Custódio Montes

Maria João Brito de Sousa

luar-no-mar-na-praia-60388289.jpg

 

SINESTESIA(S) II
*

Coroa de Sonetos
*

Maria João Brito de Sousa e Custódio Montes

1.
*

Vem desvendar-me a cor destes sentidos,
Deslinda-me o compasso em descompasso,
Pressente os dedos hábeis e compridos
Das mais simples palavras que aqui traço...
*

Em ti, mesmo que apenas pressentidos,
Terão a dimensão do mesmo abraço
Com que, letra por letra concebidos,
Magicamente, ou não, se abrem num laço...
*

Ah, soubesse eu que podes decifrar-me
E que, por cada letra que te estendo,
Te aponto mil razões pra adivinhar-me,
*

Ou que pudesses ver, no que desvendo,
A cor dos sons que entendem visitar-me
Na paleta do verbo em que me acendo...
*


Maria João Brito de Sousa - Março, 2016

In A Ceia do Poeta - (inédito)
***

2.
*

“Na paleta do verbo em que me acendo...”

Escrevo a tinta azul como convém

Misturo o vermelho e também

As cores que me chegam e vou vendo
*

Depois à claridade vou cedendo

Em tons que vejo e apanho nesse além

Provindo do horizonte e que me vem

Das imagens que chegam e vou lendo
*

Palavras que componho em harmonia

Com tudo o que me vai no coração

À paleta dou luz, sinestesia
*

Envolta numa troca de oração

Tentando que esta minha poesia

Não me fuja nem entre em contramão
*

Custódio Montes

20.42021
***

3.
*

"Não me fuja nem entre em contramão"

Verso que das entranhas me nasceu,

Tal como das entranhas nasci eu,

De minha mãe, depois da gestação...
*

Há sempre um tom escondido na canção

Que a paleta dos versos prometeu

E canta cada cor que se escondeu

Na palma agora aberta desta mão.
*


As letras são pequenas criaturas

Que se juntam em grupos coloridos

Para formar orquestras e pinturas
*


Que são captadas pelos meus sentidos

E que ao som de invisíveis partituras

Subvertem mil princípios estatuídos.
*


Maria João Brito de Sousa - 20.04.2021 - 17.33h

***

4.
*

“Subvertem mil princípios estatuídos.”

Mas sem essas palavras que seria

Nada mais que um montão, cacofonia

Sem grandes pensamentos construídos
*


Agrupadas em tons bem coloridos

As palavras contêm a melodia

Que ouvimos e nos trazem alegria

Mantendo-nos no sonho embevecidos
*


As letras são as cores das palavras

Que enfeitam a conversa e a nossa vida

São sementes que crescem entre as lavras
*

Pintada a palavra é colorida

Nunca deteriora ou escalavra

O tema (em) que, com cor, fica inserida
*

Custódio Montes

20.4.2021
***

5.
*

"O tema (em) que, com cor, fica inserida"

Transmuta-se em cenário ou em paisagem

E faz, cada palavra, uma viagem

Em direcção à terra prometida
*


Que é um soneto quando ganha vida

E, embora formal, vibra selvagem,

Metade som e outra metade imagem

Numa duplicidade garantida...
*

Minh` âncora é também isto que faço

E a minha barca, que nasceu comigo,

Faz-se num dia ao mar e noutro ao espaço
*

Sem ter destino nem porto de abrigo;

Mil sensações nascendo em cada traço

E esta semi-cegueira - o meu castigo!
*


Maria João Brito de Sousa - 20.04.2021 - 18.49h
***

6.
*

“E esta semi-cegueira - o meu castigo”

Mas eu nessa cegueira vejo luz

E ao ver tudo tão claro isso seduz

E corro sem saber se o consigo
*

Mas se falhar, amiga, é cá comigo

Porque esta desgarrada que propus

A novas árias lindas me conduz

E corro indiferente no perigo
*

O jogo das palavras traz encanto

Alumia a candeia ao pensamento

E ao vir a ideia então eu me levanto
*

Afasto as amarguras e o tormento

E fico tão contente no meu canto

Que sou muito feliz nesse momento
*

Custódio Montes

***
7.
*
"Que sou muito feliz nesse momento"

Em que o verso me nasce e, sem travões,

Bem mais depressa voa que os tufões

Não causando, contudo, sofrimento
*


Que o verso é sábio, mago e tem talento;

Por tudo e nada se exalta em paixões

E arrebata os nossos corações

(embora o meu já esteja sonolento...)
*


Como é dif`rente escrever devagar

De escrever a galope, à rédea solta...

Amanhã voltarei a galopar!
*


Sumiu-se-me a visão. Hoje não volta,

Mas amanhã, assim que eu acordar,

Renascerá, embora em névoa envolta!
*


Maria João Brito de Sousa - 20.04.2021 - 21.05h
***

8.
*

“Renascerá, embora em névoa envolta!”

Às vezes com um olho é-se rei

E mesmo assim governa ele a grei

E anda toda a gente à sua volta
*


A palavra é assim e anda à solta

Mas ordenada bem como é de lei

É monumento em si como logrei

Ver na forma tão bela como a escolta
*


Queixume muitas vezes é a mais

A névoa não impede o seu valor

A palavra consigo tem ramais
*


Que expressam pensamentos com fulgor

Em poemas que são monumentais

Em tudo que lhes dá com tanto amor
*


Custódio Montes

20.4.2021
***
9.
*

"Em tudo que lhes dá com tanto amor",

E em dobro cada verso lhe devolve

Quando em doçura infinda se dissolve

No poema a que empresta o seu sabor.
*


Queixume? Não, pois não cedi à dor,

Cedi a uma névoa que me envolve

Quando nem mesmo o esforço me resolve

Esta impotência que já sei de cor...
*


Por tempo limitado sei vencê-la

Juntando as letras, em vez de soltá-las,

Mas quando a noite chega, ganha-me ela;
*


Só vejo nebulosas, baças, ralas,

Manchas indecifráveis sobre a tela...

Não me deixa, essa névoa, decifrá-las.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 21.04.2021 - 11.15h
***

10.
*

“Não me deixa, essa névoa, decifrá-las”

Mas sempre vê aquilo que pretende

Alcança e é sagaz como um duende

Que salta tudo em frente e até valas
*


Princesa que passeia pelas salas

E olha em redor e tudo entende

Navega sobre as ondas, não ofende

E vence sem mostrar festas e galas
*

Na cor é um matiz de muito enfeite

Adorna o seu palácio de beleza

Que olhado no seu todo é um deleite
*

Eu gosto desse tom de realeza

Nessa cama deixe, amiga, que me deite

A sentir e a olhar essa grandeza
*

Custódio Montes

21.4.2021
***

11.
*

"A sentir e a olhar essa grandeza"

Que, amigo, só no verso é bem real;

Eu sou tão pequenina e tão banal

Quão banal possa ser qualquer burguesa...
*


Mas, sim, terá lugar na minha mesa

Desde que a refeição seja ideal;

Sirvo a palavra coberta do sal

Que colho nas salinas da pobreza.
*


Se vir beleza nisto que lhe of`reço,

Ficarei tão feliz por convidá-lo,

Que da minha pobreza até me esqueço
*


E este repasto irá ser um regalo;

Aguarde-me um minuto enquanto aqueço

O manjar com que irei presenteá-lo.
*


Maria João Brito de Sousa - 21.04.2021 - 14.25h
***

12.
*

“O manjar com que irei presenteá-lo”

Amiga, que prazer em aceitar

Sentados sobre a areia junto ao mar

À tarde, à noite até cantar o galo
*

Delícias que já vejo e de que falo

E sem o condimento me escapar

Uma pinga de Dão a terminar

Só desta vez vai ver que é um regalo
*

Nas doenças nem pense que a alegria

Compensa-nos queixumes e mazelas

Junto ao mar nós os dois com a magia
*

Das ondas a vogar sob as estrelas

Do enlevo do sonho e poesia

Com odes e cantigas das mais belas
*

Custódio Montes

21.4.2021
***

13.
*

"Com odes e cantigas das mais belas"

Iremos celebrar a poesia

E ainda a singular sinestesia,

À luz das ondas e ao som das velas...
*


Saber-nos-á, esse manjar, a estrelas,

Crescerá a maré quando vazia

E arredondar-se-á a maresia

Num círculo perfeito, em nossas telas.
*


O Dão também será imaginário

E embora imaginado, embriagante;

Não mais que um golo será necessário
*


Pra trazer até nós o céu errante

Que este sistema em código binário

Engendrou para unir quem está distante.
*


Maria João Brito de Sousa - 21.04.2021 - 19.23h
***

14.
*

“Engendrou para unir quem está distante.”

E pinta na paleta as suas cores

Num quadro enfeitado com as flores

Mais belas e de aroma inebriante
*


Eu pinto as tuas mãos em tom sonante

Em ilha que me leva onde fores

A ilha desvendada dos amores

Sinestesia sim dialogante
*


E ouço uma guitarra e uma canção

Que soa suavemente aos meus ouvidos

Em decibéis que vêem e se vão
*


E este entrecruzar de sons queridos

Se os não vês a pulsar no coração

“Vem desvendar-me a cor destes sentidos”
*

Custódio Montes

21.4.2021
***

 

 

 

 

 

 

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FÁBRICA DE HISTÓRIAS

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