MAR REDENTOR - Reedição
Fotografia de Nuno Fontinha
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MAR REDENTOR
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Só o mar que do mar nunca volta
É do rio tanto cais quanto fonte
E na onda que em espanto se solta
Ergue um muro e também uma ponte
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De água azul e de espuma revolta
Entre mim e o longínquo horizonte,
Essa linha amovível que escolta
Cada além que ao meu sonho confronte
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Quando a onda nas rochas quebrando
Vem dizer-me que o mar ora é brando,
Ora em fúrias e raivas se exprime
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Digo a medo ou apenas segredo
Que deixei de ter medo do medo
E que o mar mesmo irado redime.
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Maria João Brito de Sousa
04.06.2021 - 09.40h
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Soneto em verso eneassilábico