23
Mai15
PUNHAIS
Maria João Brito de Sousa
Quero contar-vos quanto dói viver
e não desisto mesmo que me calem
que, desta raiva aos monstros do poder,
nascerão versos, quando em raiva estalem!
Quero mostrar-vos que não sei perder
sempre que as perdas de medos me falem
e que, em vez de vergar, hei-de acender
as chamas destes versos que me valem,
Que posso e vou falar, porque assim quero,
dos tantos, destes tantos que procuram,
no lixo, e com crescente desespero,
O pão que vai sobrando aos que o descuram...
e mais não cantarei pois, se me esmero,
aguço os mil punhais que me perfuram!
Maria João Brito de Sousa – 03.03.2015 – 20.07h