Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
20
Abr22

VERSOS DO DESENGANO - Mª João Brito de Sousa e Custódio Montes

Maria João Brito de Sousa

10476061_840843202606962_6223920467874529427_o(2).

 

 

VERSOS DO DESENGANO
*

Coroa de Sonetos
*

Mª João Brito de Sousa e Custódio Montes

1.
*

O Mundo não me vê. Sou invisível

Como as teimosas ervas dos caminhos

E estes meus versos frágeis, comezinhos,

Não passam de um rumor quase inaudível...
*


Não fosse eu tão humana, perecível

E eterna escrava dos meus desalinhos...

Mas os astros também morrem sozinhos

E nem esse teu deus foi infalível!
*


O que é o Mundo, amor que um dia amei,

Se não a rocha astral em que me sei

Até que um dia deixe de saber-me
*


E se os infindos beijos que deixei

Nos versos dos poemas que engendrei,

Não me tornam maior que um simples verme?
*

 

Mª João Brito de Sousa

16.04.2022 - 11.45h
***

 

Memorando o soneto VERSOS DE ORGULHO de Florbela Espanca
***

2.
*

“Não me tornam maior que um simples verme”

Mas isso é quem pensa sem noção

Daquilo que é a humana gestação

O tempo do começo no seu germe
*


Eu nasci são, sem nada que me enferme,

Seguindo meu caminho em construção

Bem preso à charrua e ao timão

Revejo-me orgulhoso logo ao ver-me
*


A terra esconde o verme que a perfura

E longe vá o agoiro que perdura

Desse vesgo plebeu cego e imundo
*


Meus versos são de amor e de desejos

Só isso é que me apraz e os teus beijos

E nada mais eu quero neste mundo
*

Custódio Montes

18.4.2022
***


3.
*

"E nada mais eu quero neste mundo"

Que a grandes faustos nunca ambicionei:

Ah, entendesses tu quanto eu te amei,

Sentisses o sentir de que eu me inundo...
*


Disseste "sim" e havia um "não" rotundo

Por detrás desse "sim" que então escutei:

Se a incompreensão te perdoei,

Não pude perdoar-te aquele segundo
*


Ah, sei que exigi muito. Exigi tudo!

Exigi-te o cantar quando eras mudo

E até surdo às cantigas que eu cantava...
*


Só então despertei porque antes disso,

Pra proteger-te deste estro insubmisso,

Fui vulcão que digere a própria lava.
*


Mª João Brito de Sousa

19.04.2022 - 15.45h
***

4.
*

“Fui vulcão que digere a própria lava”

Mas sonhei-te uma flor de primavera

E lá se foi o sonho, a quimera

Que tão louco por ti eu me encontrava
*


Bem sabes, não te amava como escrava

Que escravo era eu, que o amor gera

A ânsia de te ter à minha espera

Como à espera de ti eu me encantava
*


Querer tão só amor eu não queria

Mas ter-te plenamente, dia a dia…

A tua boca, os olhos, muito mais
*


Sentia o teu pulsar cada momento

Mas fugiste de mim tal como o vento

Que vibra e foge e não volta jamais
*

Custódio Montes

19.4.2022
***

5.
*

"Que vibra e foge e não volta jamais",

Sim, assim fiz depois do desengano,

Mas não te culpo, eras tão só humano

E eu quis-te mais que humano. Amei demais.
*


Levei-te às profundezas viscerais

De um amor que aos comuns só causa dano:

Disseste-mo e eu puni-me, ano após ano,

Por excessos que, afinal, eram normais...
*


Por enquanto só isto entendo e sei

Que não erraste tu, nem eu errei:

Aquele caminho a dois findara ali
*


E nunca uma ribeira, de repente,

Pode correr pra trás, para a nascente,

Quando a voz de uma foz chama por si...
*

 

Mª João Brito de Sousa

19.04.2022 - 18.45h
***

6.
*

“Quando a voz de uma foz chama por si…”

A água segue então o seu caminho

Às vezes segue até devagarinho

Que muitas vezes eu assim a vi
*


Torneia um obstáculo aqui

E outras vezes salta em corridinho

Reflete as suas margens com carinho

Como também às vezes eu senti
*


Passado é passado mas a gente

Volta atrás quando ele de repente

Nos lembra essas chamas, o calor
*


Que sobe e nos inunda o coração

E nesse sentimento e visão

Para-se a contemplar o nosso amor
*

Custódio Montes

19.42022
***

7.
*

"Para-se a contemplar o nosso amor"

Mas, neste caso, estou no meu passado,

Este "hoje" nem sequer foi vislumbrado

E há, em mim, uma chaga aberta em flor
*


Só por instinto ignoro ou venço a dor,

Desconheço este mundo debochado,

Arrisco a cada passo um passo errado

E há mais lodo que lótus em redor...
*


É deste filme antigo - e dentro dele -

Que hoje te falo enquanto visto a pele

Firme e sem rugas que então me cobria:
*


Não faço ideia do que irei fazer,

Nem sei sequer se irei sobreviver,

Mas sei que fiz aquilo que devia.
*

 

Mª João Brito de Sousa

19.04.2022 - 20.36h
***

8.
*

“Mas sei que fiz aquilo que devia”

Fiel à minha luta sem quartel

E sempre muito preso ao meu papel

De te ter junto a mim em companhia
*


Mas quando se passava mais um dia

Sentia as minhas queixas em tropel

A mágoa por me seres infiel

Que aguentar a dor não mais podia
*


E ando desenvolto sem parar

Sentado a ver o sol a ver o mar

E olho ao redor a ver a imagem
*


Dum voo de andorinha ao sol poente

Também voo e penso em tom dolente

Nos sonhos que me chegam dessa imagem
*

Custódio Montes

19.4.2022
***

9.
*

"Nos sonhos que me chegam dessa imagem"

Que às vezes vem poisar nos sonhos meus,

Há poemas pagãos, versos ateus

Que se olham e, por vezes, interagem
*


Não sei se são reais, se são miragem,

Se são suaves e frágeis como os véus

Que os cirros vão espalhando pelos céus

Enquanto o vento os leva na romagem...
*


E sou jovem de novo, quem diria,

Que àquilo que vivi retornaria

Plo tempo que me fosse necessário
*


Pra compor uma C`roa de sonetos?

Serão estes meus versos obsoletos

E terei feito em vão este calvário?
*


Mª João Brito de Sousa

19.04.2022 - 23.00h
***

10.
*

“E terei feito em vão este calvário?”

Calvário também há para se amar?

Sofrer sofre-se sempre que sonhar

Tem custo, esse custo necessário
*


Para o suor do rosto há um sudário

Que levamos connosco ao se andar

E a alegria sucede-se ao penar

Nas veredas do nosso itinerário
*


Na vida há tristezas e alegrias

Que surgem cada hora pelos dia

Não se vive sem esse condimento
*


E quando recordamos o passado

Revive-se o segundo apaixonado

E vai-se todo o nosso sofrimento
*

Custódio Montes

20.4.2022
***

11.
*

"E vai-se todo o nosso sofrimento"

Se houve um passado que sofrer nos fez...

Responderia que "talvez, talvez...",

Mas nesta C`roa o tempo passa lento
*


E eu revivo ainda esse momento

Enquanto vou revendo o que nem vês:

Se nunca me entendeste como crês

Que eu possa celebrar o que lamento?
*


Aqui, no meu presente, o teu futuro

Desfasou-se do meu. Se algo procuro

É o que sempre a ti te ultrapassou
*


Nenhum de nós o soube, no passado,

Por isso caminhámos lado a lado

Sem que sequer sonhasses quem eu sou
*

 

Mª João Brito de Sousa

20.04.2022 - 11.00h
***
12.
*

“Sem que sequer sonhasses quem eu sou”

Que o sonho anda ao longe e a realidade

A cada um se ajusta na vontade

De só amar aquilo que se amou
*


E sem correspondência aqui estou

Neste triste lamento que a saudade

Me faz voltar atrás àquela idade

Onde todo o amor se me esfumou
*


Mas é assim a vida que o viver

Anda sempre em vaivém a acontecer

E a vida é sofrer além de amar
*


Por isso, não me importa o sofrimento

Nem eu continuar neste lamento

Que alegre é bem melhor a gente andar
*

Custódio Montes

20.4.2022
***

13.
*

"Que alegre é bem melhor a gente andar"

E se amor`s há profundos qual vertigem,

Outros há que rasinhos desde origem

Nem sequer vale a pena aprofundar...
*


Tentar como eu tentei vai redundar

Nos duros desenganos que me afligem:

Desfeito o nó, não doem, não me atingem,

Deixam de ter o dom de me enganar...
*


Caminho agora no tempo presente

E embora imóvel bem mais livremente

Do que na juventude aqui trazida
*


Treze sonetos. Décadas passaram

Entre o primeiro e os mais que se somaram

Aos desenganos desta minha vida.
*


Mª João Brito de Sousa

20.04.2022 - 13.00h
***

14.
*

“Aos desenganos desta minha vida”

Juntam-se outros que agora recordei

São vivências de outrora em que andei

Com a alma encantada mas perdida
*


Eu via tudo à volta da ermida

Que no monte mais alto edifiquei

Que depois de a erguer desmoronei

Sem que ninguém a visse destruída
*


O rumo dessa história pereceu

Que um manto invisível escondeu

Num amor que então era perecível
*


Embora mostre ao mundo a minha dor

E a triste e longa mágoa desse amor

“O mundo não me vê. Sou invisível”
*

Custódio Montes

20.4.2022
***

 

 

 

16
Nov21

COISAS QUE NÃO SEI SE OS OUTROS SABEM- Mª João Brito de Sousa e Custódio Montes

Maria João Brito de Sousa

L`IMPORTANT C´EST LA ROSE.jpeg

COISAS

QUE NÃO SEI

SE OS OUTROS SABEM

*
Coroa de Sonetos
*

Mª João Brito de Sousa e Custódio Montes
*

1.
*

Com pedras, pedra a pedra (re)construo

O que à pedrada fora destroçado

E mantenho um passeio calcetado

Que posso utilizar, de que usufruo
*


Quando falta uma pedra, então recuo

E preencho o vazio que foi deixado

Ou dou pelo buraco e passo ao lado;

Se não reponho, também não destruo...
*


De pedras aqui falo... ou talvez não,

Que como as pedras muitas coisas são

Capazes de caber onde elas cabem
*

Porque se em vez de pedra usar ideias

Mais lacunas preencho... e ficam cheias

De coisas que eu não sei se os outros sabem.
*


Mª João Brito de Sousa

14.11.2021 - 08.40h
***

2.
*

“De coisas que eu não sei se os outros sabem”

Que a ideia passeia sem se ver

Quem a tem vê então onde a meter

Em espaço onde outras também cabem
*


Ideias que prosseguem sem que acabem

E sem alguém ao lado perceber

Aquilo que a mente anda a tecer

E sempre a prosseguir sem que a travem
*

Por fim pode surgir um resultado

Ou se se não quiser ser ocultado

Enquanto o fim da obra se planeia
*

Um compasso de espera, um novo lance

Para que o edifício avance

Enquanto o construtor molda a ideia
*

Custódio Montes

15.11.2021
***

3.
*

"Enquanto o construtor molda a ideia"

Pode uma Musa ser inoculada

E ficar tão dorida, tão magoada

Que não acerte nem uma colcheia...
*


Assim está minha Musa; febril, feia,

A tiritar de frio, toda engelhada,

Com os braços inchados da picada

E surda da batida que a norteia...
*


São coisas que bem sei que não sabia

E a pobre Musa nunca o glosaria

Se eu não teimasse tanto ou mais do que ela
*


Só lhe peço que vá bem devagar,

De forma a que eu consiga acompanhar

Os passos que deviam ser só dela...
*


Mª João Brito de Sousa

15.11.2021 - 11.15h
***

4.
*

“Os passos que deviam ser só dela”

Mas a musa não anda assim sozinha

Abre a janela e acena à vizinha

E depois fala e entende-se com ela
*


Puxa uma palavra e outra mais bela

Então abre o poema que acarinha

E uma e outra seguem a mesma linha

E pintam em conjunto a mesma tela
*


Beleza não tem pressa, devagar

Devagar e sem pressa de chegar

Desde o nascer do sol ao sol poente
*

Com sombras e paisagens deslumbrantes

A musa reconforta os dois amantes

E ao vate dá fulgor mesmo doente
*

Custódio Montes

15.11.2021
*

5.
*

"E ao vate dá fulgor mesmo doente"

A menos que ao senti-lo menos bem,

Se farte das doenças que ele tem

E se retire, irada e prepotente...
*


Tenho uma Musa louca, incoerente,

Que só faz o que a ela lhe convém,

Que num momento vai, no outro vem,

E tudo cala quando o não consente...
*


Por vezes, de candeias às avessas,

Andamos nós as duas quanto às pressas

Em que ambas nos lançamos, quando eu posso
*


Ma se me encontra um pouco enferrujada,

Vai-se de mim, não quer fazer mais nada;

Talvez queira que eu seja algum colosso...
*


Mª João Brito de Sousa

15.11.2021 - 13.50h
***
6.
*

“Talvez queira que eu seja algum colosso….”

Não, o que ela quer é brincar consigo

É nisso que se vê um bom amigo

Que quer e diz à gente: eu já não posso
*


E cada vez nos pede mais esforço

Para ver uma flor por entre o trigo

E só nos dá vantagem, não castigo

E o nosso poetar ganha reforço
*


Consigo ela é maravilhosa

Cada poema seu é como a rosa

Que enfeita o seu jardim com poesia
*


Não diga mal da musa que é tão bela

Que o poderio seu junto ao dela

Só nos trará vantagem e alegria !
*

Custódio Montes

15.11.2021
***

7.
*

"Só nos trará vantagem e alegria"

E eu bem o sei que ainda refile

Estou sempre à espera do que ela me instile

De inspiração e até de rebeldia :)
*


Somos inseparáveis. Noite e dia,

Partilhamos, num corpo, um só perfil;

Amparo-a sempre que caia ou vacile,

E ela afugenta a minha cobardia...
*


Mas discutimos muito e não é raro

Que ela censure um verso menos claro,

Ou me mude uma rima menos boa.
*


Fico possessa, mas revendo tudo,

Vejo que tem razão e eu própria os mudo;

Xô, verso "caro", vai-te ó rima à toa!
*


Mª João Brito de Sousa

15.11.2021 - 15.40h
***

8.
*

“Xô, verso “caro”, vai-te ó rima à toa”

Mas bem lhe vai, amiga, bem lhe vai

Que dessa forma em erro nunca cai

Que tem consigo a musa e alto voa
*


E cantos bem sublimes nos entoa

Com a egrégia voz que nunca a trai

Na linda melopeia que lhe sai

E que aos nossos ouvidos tão bem soa !
*

Deixe a musa falar, não seja má

Que pelos vistos é tu cá tu lá

E ela também tem as suas luas
*

Ouça-a bem e escute-a por favor

Que eu bem sei que lhe tem um grande amor

E luas cada um lá tem as suas
*


Custódio Montes

15.11.2021
***

9.
*

"E luas cada um tem lá as suas",

E tem toda a razão, poeta amigo,

Embora a Musa se zangue comigo

E às vezes me insulte e lance puas
*


Porque num corpo só cabemos duas...

Posso zangar-me, mas nunca a castigo

E ela chega a pôr-me o corpo em p`rigo

Quando enfrenta mostrengos de mãos nuas...
*


Eu, que sempre a escutei atentamente,

Já não sei qual é Musa e qual é gente,

Nem consigo aceitar que ela me ralhe
*


Se me falham os olhos, se no peito

Meu pobre coração não pulsa ao jeito

Que "sua alteza" ordena que não falhe...
*

 

Mª João Brito de Sousa

15.11.2021 - 17.30h

***

10.
*

“Que “sua alteza” ordena que não falhe”

Mas diga-lhe “oh musa tem juízo”

Porque desse conselho não preciso

E não gosto também de quem me ralhe
*

E se insistir impante nela malhe

Dizendo que lhe causa prejuízo

E faça-lhe mais um ou outro aviso

Para que ela não a atrapalhe
*

 

Já sei vai desculpá-la, gosta dela

Está à sua beira sempre à vela

E não a quer por certo magoar
*

Faça orelhas moucas, vá em frente

E seja mais um pouco paciente

Este conselho dou: deixe-a falar

*
Custódio Montes

15.11.2021
***

11.
*

"Este conselho dou: deixe-a falar",

E é isso exactamente o que farei;

Se longe dela, pouco ou nada sei,

E ela longe de mim não pode estar,
*


Por isso, assim que a Musa refilar

Porquanto em qualquer coisa lhe falhei,

Em vez de me calar, como calei,

Serei eu quem a manda, então, calar
*


Reconheço, contudo, o seu valor,

Sei que ela me vai dando o seu melhor,

Tal como o meu melhor sempre lhe dou...
*


Um pouco de paciência, Musa minha;

Esta "embalagem" pode estar velhinha,

Mas nunca, em caso algum, te abandonou.
*


Mª João Brito de Sousa

15.11.2021 - 21.00h
***

12.
*

 

“Mas nunca, em caso algum, te abandonou”

E sou junto de ti a grande amiga

Que depressa nos passa qualquer briga

Que por nós algum dia se passou
*


Nunca estive zangada nem estou

Sorri lá para mim, oh rapariga

Senão jamais ó musa alguém me liga

E dizem que o poema em mim parou
*


Convença-a de maneira que ela entenda

E que aos seus argumentos se lhe renda

Porque sem musa o vate passa mal
*

Falta-lhe o jeito, falta a inspiração

E também não lhe afoita o coração

Para se ser poeta especial
*

Custódio Montes

15.11.2021
***

13.
*

"Para se ser poeta especial"

É necessário um pouco de loucura,

Alguma irreverência e, de ternura,

Uma imensa montanha. Essencial!
*

Fazer do verso o prato principal,

Não nos trará riquezas, nem fartura,

Tão só nos traz a consciência pura,

Do que em nós é profundo e visceral...
*


Das coisas que não sei, mas que procuro,

Ergo agora uma ponte em vez de um muro

Com pedras que sobraram da calçada...
*


Vamos cruzando a ponte. Mais uns passos

E os seus versos terminam dando abraços

Aos meus, que vão na sua peugada.
*


Mª João Brito de Sousa

15.11.2021 - 22.40h
***

14.
*

“Aos meus, que vão na sua peugada”

Andando com cuidado devagar

Pelo caminho em frente e a pensar

Na forma de tecer sua meada
*


Pela rua a pensar na minha amada

Que passo a passo dei para a amar

E lembro cada pedra, ao andar

Que de amor afaguei nessa jornada
*


Pedras aqui são rosas ao redor

Da rua onde andei com meu amor

Que agora ao passar vejo e recuo
*


Na muralha do tempo que revi

Lembro cada degrau que construí

“Com pedras, pedra a pedra (re)construo”
*


Custódio Montes

16.11.2021

 

 

 

 

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!