LÍNGUA MATER
LÍNGUA MATER
*
Cheiras-me a citrinos, sabes-me a canela,
Soas-me tão bela quanto os grandes hinos
E até os destinos gritarão; És ela,
És a que nos sela com lacres latinos,
*
Se nos exibimos sem qualquer cautela
Numa caravela por céus clandestinos,
Hereges divinos urdidos em tela,
Tudo e todos nela; povos, fados, sinos...
*
Sabes-me a alegria, levas-me à tristeza
De não ter grandeza pra tanta harmonia.
És por vezes pia, noutras a avareza
*
Senta-se-te à mesa, rouba a soberania
Ao que te cabia só por natureza,
Mas tanta beleza... mais nenhuma a cria!
*
Maria João Brito de Sousa - 05.05.2020- 20.43h
*
NO DIA MUNDIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
(soneto hendecassilábico com dupla rima encadeada)
Imagem retirada daqui