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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
03
Nov16

GLOSANDO JOAQUIM PESSOA III

Maria João Brito de Sousa

Joaquim Pessoa III.jpg

 

BOM DIA, MEU AMOR!

*

Acordo-me. Acordo-te. Sorrio.

E sobre a tua pele que a minha adora,

navega o meu desejo, esse navio

que sempre parte e nunca vai embora.

*

 

E como um animal uivando o cio

de um milénio, de um mês, ou uma hora,

não sei se morro ou vivo, ou choro ou rio,

só sei que a eternidade é o agora.

*



E calam-se as palavras, uma a uma,

feitas de sal, saliva, dor e espuma,

com a exacta dosagem da alegria

*



Bom dia, meu amor! O teu sorriso

é tudo o que me falta, o que eu preciso

para acender a luz de cada dia.



Joaquim Pessoa



Inédito


In OS DIAS NÃO ANDAM SATISFEITOS.

***

DESPERTANDO
*

 

"Acordo-me. Acordo-te. Sorrio."

Peço-te alguns minutos de paciência

Até que me agasalhe e espante o frio,

E até que me abandone esta indolência
*

 

"E como um animal uivando o cio"

Invades-me, poema, a transparência

De quanto sinto ser, eu que sou rio,

Da vontade, do ser, da própria essência...
*

 

"E calam-se as palavras uma a uma"

Enquanto, também tu, vestes de bruma

Os versos desnudados que acordei:
*

 

"Bom dia, meu amor! O teu sorriso"

Traz-me a compensação do prejuízo

Do instante em que a acordar me demorei.
*

 

Maria João Brito de Sousa

03.11.2016 - 13.18h
***

15
Set16

GLOSANDO O POETA JOAQUIM PESSOA II

Maria João Brito de Sousa

POETA DE COMBATE.jpg

 

POETA DE COMBATE
*

 

Poeta de combate me chamaram.

De combate serei. Não mercenário!

Poeta de combate é um operário

das palavras que nunca se entregaram.
*

 

Poeta de combate! E porque não?

Sou poeta. Serei também soldado.

O meu canto será um canto armado

e o meu nome de guerra uma canção.
*


Poeta de combate me quiseram

os que cedo da luta desertaram

ou aqueles que nunca combateram.
*

 


Poeta de combate eu hei-de ser

até quando o meu povo precisar

ou nada mais houver a combater.
*

 

Joaquim Pessoa


In AMOR COMBATE, Moraes Editora
*

 


POETA
*


"Poeta de combate me chamaram"

E combatente fui. Não mais, nem menos,

Do que esses que partiram entre acenos

Para uma guerra de onde não voltaram
*

 


"Poeta de combate! E porque não?"

Que são meus dias, se não são trincheiras?

Que são meus versos, se não são certeiras

Setas que aponto a cada coração?
*

 

"Poeta de combate me quiseram",

Poeta de combate me terão

Ao lado dos que há muito se perderam!
*

 

"Poeta de combate eu hei-de ser"

Porquanto enquanto viva, é por paixão

Que ergo o meu punho em vez de me render!
*

 

Maria João Brito de Sousa

15.09.2016 - 09.32h
***

03
Jul16

GLOSANDO JOAQUIM PESSOA

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0046.jpg

 

 

QUE AMOR É ESTE AMOR?

*

 

Amar-te, só amar-te, e construir
amor e mais amor no amor já feito,
amor quase infinito, amor perfeito,
amor em flor, florindo o que há-de vir.



E ao amar-te assim, quero sentir
que o meu amor por ti não está no peito:
percorre toda a pele, a carne, o leito,
regressa à boca a tempo de sorrir.



Que amor é este amor, esta vontade
de nunca te perder e de escrever-te
sabendo que és a própria liberdade?



E em cada dia que não posso ver-te
não tenho vida, tempo, nem idade,
não tenho nada que não seja ter-te.

*

(Inédito)

 

Joaquim Pessoa

 

(A)PRENDER-TE...

 

 

"Amar-te, só amar-te, e construir"

A cada dia, amor, mais vida ainda,

É tudo quanto sei, que a vida é linda,

Mas só enquanto, viva, eu a fruir

 

 

"E ao amar-te assim quero sentir",

Ó vida, quanto amor a ti me cinda

Na esp`rança duma vida que não finda

Enquanto o mesmo amor em mim florir...

 

 

"Que amor é este amor, esta vontade"

De manter-te a pulsar, de não perder-te,

Mesmo quando essa esp`rança se me evade?

 

 

"E em cada dia que não posso ver-te",

Mais desta vida perco em quantidade,

Mas menos morro, à força de (a)prender-te.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 29.06.2016 - 21.37h

 

 

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